Vinicius Junior curte fase protagonista no Flamengo, mas garante: 'Nada mudou'

A cabeça de Vinicius Junior não está no Real Madrid. Está no Flamengo, onde vive fase protagonista no início da atual temporada. Apesar dos gols, da titularidade e da provocação nas comemorações, o jovem de 17 anos curte cada momento como se fosse o último. Sem pesar na transferência programada para o meio do ano. Nem que precisa entrar e resolver em todos os jogos do Rubro-negro.

O segredo é o trabalho de transição do clube, que não se alterou diante da necessidade de peças como Vinicius para o ataque. Desde o ano passado, a promessa de craque faz trabalho gradual e é aproveitada aos poucos no time principal. Com elenco encorpado, o Flamengo lapida a joia e não se apressa para vê-la brilhar antes da ida à Europa. Por sua vez, Vinicius mostra ter boa cabeça e entender seu papel.

Nessa entrevista ao Globo, responde sobre seu protagonismo e a dificuldade para garotos do clube em outras gerações. Como Erick Flores, que surgiu dez anos antes e hoje atua no Boavista em busca de voos mais altos. Vinicius Junior garante que a sustentação familiar foi essencial para que seus pés se mantenham no chão. Mesmo com a venda de 45 milhões de euros confirmada tão cedo ao Real Madrid.

CONFIRA A ENTREVISTA

- Como tem sido para você a transição gradual ao profissional estipulada pelo Flamengo, mesmo depois da concretização da negociação para o Real Madrid?

Nada mudou. Encaro tudo com muita naturalidade, como mais um passo no meu desenvolvimento aqui no Flamengo. Mesmo se não tivesse sido vendido, acredito que tudo aconteceria da mesma forma no clube. Sempre trabalhei muito forte e focado para que esse momento chegasse. Vestir o manto rubro-negro no profissional era um objetivo e um sonho desde que comecei a jogar bola.

- Surgir em um cenário em que o elenco tem jogadores de peso e estrutura tornou sua ascensão ao profissional mais fácil ou mais difícil?

Acredito que facilita para qualquer jogador estar num clube que tenha uma estrutura fantástica como a do Flamengo. E poder jogar ao lado de grandes jogadores é sempre bom, ainda mais para o desenvolvimento dos mais jovens, como eu. O aprendizado é diário, não só dentro de campo como fora também. E eu dou muito valor a tudo isso.

- Não ser solução nem titular absoluto aos 17 anos é melhor para um jogador formado no Flamengo?

Pra mim, é indiferente. Não só o jogador formado no Flamengo como aquele que chega contratado de outro clube quer estar bem para jogar e ajudar da melhor maneira quando a oportunidade aparecer. E é o que eu busco fazer. Procuro estar sempre muito bem tecnicamente e fisicamente para corresponder quando o treinador me escalar, seja como titular ou durante uma partida.

- Você ouviu histórias sobre outros jovens que não conseguiram dar sequência na carreira no clube? O que aprendeu com elas?

Convivo com isso desde cedo. É normal no futebol. Chegar não é fácil. Tem muita coisa envolvida e o jogador tem que estar preparado. E o suporte que eu sempre tive da família é fundamental. Se a cabeça não estiver boa, dificilmente as coisas vão dar certo. Nunca podemos achar que está tudo bem e que as coisas já deram certo. Graças a Deus, a maioria dos atletas da minha geração está aí fazendo um belo trabalho.

- Quando você era torcedor, há dez anos, lembra do surgimento do Erick Flores e da expectativa da torcida sobre ele?

Não lembro, era muito pequeno. Soube da história dele, claro, acontece com muitos jogadores e, como eu falei, chegar não é fácil. Chegar e se manter é ainda mais difícil.

Fonte: Extra