Nesta terça-feira (30), novos vídeos do caso envolvendo o vice-presidente de futebol do Flamengo , Marcos Braz, brigando com um torcedor rubro-negro em um shopping no Rio de Janeiro foram obtidos pela ESPN . E desmontaram a versão dada pelo dirigente.

Em entrevista coletiva após o caso, Braz disse que motivo inicial da briga foi o fato dele ter recebido ameaças de morte e ter visto sua filha de 14 anos sendo xingada por Leandro Campos. No entanto, as câmeras de segurança do local mostram que a filha do cartola não estava no local quando o torcedor passou pela porta.

As imagens do circuito de segurança mostram tudo aconteceu em pouquíssimo tempo. Braz estava na loja às 17h, quando, três minutos depois, dois homens (nenhum era Leandro) se aproximaram da porta da loja gesticulando e inconformados com o desempenho do Flamengo. Logo depois, eles deixam o local.

A filha de Braz aparece no local apenas às 17h07, fica por apenas três minutos e se afasta da joalheria. Neste mesmo vídeo, Leandro aparece no local, se aproxima da loja e permanece na porta durante 10 segundos. Até que Braz parte na direção do torcedor.

As imagens mostram Braz em conflito com Leandro. Os dois chegaram a cair no chão e, durante o embate, o vice-presidente de futebol do Flamengo consegue se levantar, dá dois chutes com o pé esquerdo, um tapa e um terceiro chute na cabeça do torcedor.

Na época, Leandro negou que tenha visto a filha de Braz e explicou que apenas pediu para o dirigente sair do Flamengo. Pela briga, ele chegou a acusar Braz de uma mordida da coxa, algo confirmado em exame de corpo de delito. Segundo Leandro, 'se não fossem os seguranças, talvez fosse pior'. Dias depois, Braz foi autuado por lesão corporal pelo Ministério Público.

"O Ministério Público requer a retificação da autuação do presente processo, devendo constar Marcos Teixeira Braz e Carlos André Simões da Silva como autores do delito de lesão corporal, previsto no art. 129 do Código Penal e vítima Leandro Gonçalves Junior, ressaltando que há representação da vítima em face dos autores", escreveu o promotor Márcio Almeida Ribeiro da Silva, em documento obtido pela reportagem.

Ainda de acordo com relato do Ministério Público, que se baseou nas imagens das câmeras de segurança, nos exames de corpo de delito e nos depoimentos feitos à polícia, o dirigente rubro-negro "desferiu golpe" e depois "mordeu" o torcedor. Por outro lado, o MP pediu que Leandro fosse absolvido com a alegação de que "não houve elementos para comprovar as agressões"

"Imperioso ressaltar que as imagens captadas pelo sistema de monitoramento do shopping revelam, claramente, a iniciativa do senhor Marcos Braz ao sair correndo da loja na qual se encontrava, seguido de Carlos André, para agredir o senhor Leandro Gonçalves, tendo Marcos corrido repentinamente em direção a vítima e, ao alcançá-lo, desferiu um golpe na altura do pescoço, pelas costas, derrubando-o ao solo, caindo sobre a vítima, momento em que teria efetuado uma mordida em sua coxa direita, ocasionando a lesão demonstrada no laudo supracitado", escreveu o promotor.

"Simultaneamente, é possível notar a prática de chutes por parte do senhor Carlos André da Silva contra a cabeça e corpo do senhor Leandro Gonçalves e, logo em seguida, enquanto o ofendido ainda estava caído ao solo, o senhor Marcos Braz desfere chutes e soco contra a vítima Leandro. As agressões somente cessaram em razão da intervenção dos seguranças do shopping", acrescentou.

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