O vice-presidente jurídico do Flamengo , Rodrigo Dunshee de Abranches, voltou a se manifestar sobre o pedido não atendido de adiamento da partida contra o Palmeiras , pelo Campeonato Brasileiro , após o surto de COVID-19 no elenco rubro-negro.
Em entrevista ao FOX Sports , o dirigente afirmou que faltou “sensibilidade” à CBF, que manteve a partida de domingo, 16h, por o clube ter “elenco suficiente”.
"A gente entende que a CBF se apegou a um regulamento e não observou os laudos médicos, que determinavam que não houvesse essa partida", disse Dunshee.
"Tenho todo respeito pela CBF, mas está faltando sensibilidade a eles num momento de surto. Protocolos existem, são ótimos. Mas, podem ter situações delicadas, como foi em uma viagem de oito dias. O que não aconteceria aqui no Brasil”, seguiu.
"A CBF não está sendo mãe, está sendo madrasta. Ela tomou uma decisão sem olhar o lado médico e só olhou o regulamento. A questão é que é 99% médica e 0% regulamento."
De acordo com a CBF, em documento assinado pelo diretor de competições, Manoel Flores, o clube tem 34 atletas inscritos e pode ainda adicionais mais seis. São 16 jogadores atualmente infectados no rubro-negro, além do técnico Domènec Torrent e membros da diretoria.
O Flamengo chegou a entrar nesta quinta-feira com pedido de tutela de urgência no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) para adiar o jogo contra o Palmeiras, que está marcado para este domingo, às 16h (de Brasília), pelo Campeonato Brasileiro.
Ainda de acordo com o Fla, apenas 12 atletas estão disponíveis para entrar em campo contra o Palmeiras, sendo que três deles são goleiros, restando apenas nove jogadores de linha.
Veja mais trechos da entrevista de Rodrigo Dunshee de Abranches:
Sobre as decisões do clube e as repercussões
"O Flamengo é igual ao dono da padaria, mas é dez milhões de vezes maior, é uma nação. Tudo que o Flamengo faz, ganha uma proporção cem mil vezes maior."
Sobre os protocolos no Carioca e jogos sem público
"Nos jogos regionais não tivemos nenhum caso. Nenhum surto, nenhuma contaminação. Campeonatos regionais e sem público, o risco é zero."
Protocolo da Conmebol está abaixo dos do Carioca e Brasileiro?
"Ao meu juízo, o protocolo é um pouco pior. Porque, não sei se por conta das viagens. O exame na boca do túnel, na hora do jogo, é uma questão efetiva, ajuda a reduzir o risco. Cada um tem seu protocolo, vamos seguir os determinados, mas acho que o protocolo que prevê o exame na hora é melhor"
O que valeu para outros clubes deveria valer para o Flamengo?
"São situações diferentes, a do Flamengo é muito mais grave. São 16 atletas por enquanto, vamos ter mais eu acho, infelizmente. O Goiás conseguiu adiar o primeiro jogo dele contra o São Paulo. O Flamengo só está pedindo o adiamento de um jogo. O Flamengo quer uma isonomia e quer que seja melhorado o protocolo da CBF para estabelecer que situações excepcionais sejam decididas caso a caso