Versátil e fã de Iniesta, Ronaldo é um dos destaques do Fla na Copa SP


Tímido, Ronaldo ainda não está acostumado a dar entrevistas. Olha para baixo com um pouco de vergonha, escolhe bem as palavras antes de falar. O raciocínio, apesar da timidez, é claro, simples. Assim como o jogo do camisa 5 do Flamengo na Copa São Paulo. Toques curtos, velocidade, eficiência na marcação e na construção e versatilidade fizeram dele um dos destaques do time, agora semifinalista do torneio.

- Eu jogo onde me pedirem para jogar. Prefiro o meio, mas não tenho problemas para atuar em outras posições.

Ronaldo é multifuncional, polivalente para quem gosta de termos rebuscados. No jargão popular, é o famoso "coringa". Nascido em Sorocaba, interior de São Paulo, ele começou a carreira no Paulista e chegou ao Flamengo em 2013, indicado pelo observador técnico Sérgio Guerrero. A contratação teve o aval do então coordenador da base rubro-negra na época, Marco Antônio Biasotto.

- Eu o vi como meia pelo lado direito, mas logo ele se mostrou capaz de jogar em outras posições - conta Guerrero.

Ainda na direita, Ronaldo recuou para a lateral. Foi dele a camisa 2 do Flamengo na Copa São Paulo de 2015. Logo depois, no Campeonato Carioca, ele passou a jogar mais avançado, com a camisa 8, na segunda linha do 4-1-4-1 montado pelo técnico Zé Ricardo. Chegando na área e fazendo gols, como na vitória por 2 a 1 no clássico diante do Vasco na Taça Guanabara.

Pouco depois, Ronaldo passou a vestir a camisa 5, com a chegada de Matheus Trindade ao time e o início da utilização de Lucas Paquetá, que vinha dos juvenis. Jogando na proteção à zaga, ele foi o melhor em campo na final do turno contra o Botafogo.

Ronaldo, volante dos juniores do Flamengo (Foto: Divulgação) Ronaldo, volante dos juniores do Flamengo (Foto: Divulgação)

Logo depois, uma dificuldade. Ronaldo contraiu amigdalite e ficou um mês parado.

- Eu não conseguia comer, e acabei perdendo peso. Isso me atrapalhou um pouco - diz.

A volta aconteceu ainda no ano passado, e o volante chegou a estrear nos profissionais, na partida contra o Grêmio, pelo Campeonato Brasileiro de 2015. Jogou apenas quatro minutos na derrota por 2 a 0.

Ídolo diferente

Em campo, Ronaldo não pedala, não humilha adversários, joga simples e para o time. Fora dele, não exibe a marra típica dos boleiros brasileiros. A cabeça dele é diferente até na hora de apontar um ídolo. Enquanto a maioria fala em Messi, Cristiano Ronaldo ou Neymar, ele cita outro craque.

- Para mim é o Iniesta. É um jogador que faz tudo ali no meio com eficiência, impressionante.

Lembrado que o meia espanhol virou titular do Barcelona bem depois de subir da base, ele afirma que irá esperar sua chance nos profissionais com paciência.

- Não adianta nada jogar mais cedo e queimar etapas. Tudo tem seu tempo - analisa.


Fonte: Globo Esporte