Entre muitas mudanças no time devido a convocados, lesionados e poupados, um nome tem sido certo nas escalações do Flamengo no Campeonato Brasileiro: o do goleiro Rossi. Hoje, às 21h30, contra o Atlético-MG, na Arena MRV, não será diferente. Titular em todas as 13 partidas feitas pelo rubro-negro no torneio, o argentino tem se destacado pelos atributos defensivos — contra o Cruzeiro e Juventude, por exemplo, foram quatro e sete defesas, respectivamente —, mas também pelo suporte dado aos companheiros na construção ofensiva.
Agustín Rossi chegou ao clube no ano passado, vindo do Al-Nassr-SAU, ainda com Jorge Sampaoli de treinador, tendo o jogo com os pés como uma de suas principais características. No Brasileirão, o camisa 1 soma 44,5 ações com a bola por jogo. O índice de acerto nos passes é alto, 75% (média de 25,5 por partida), e 88% nos passes no próprio campo defensivo (22,5). Em relação às bolas longas, Rossi, de 28 anos, acerta perto da metade do total de tentativas em cada partida, com 49% (8,2).
Analisadas junto ao estilo de jogo do Flamengo, num modelo que pende para o posicional e que preza pela verticalidade, as estatísticas são um bom indicativo da importância de Rossi para o funcionamento da construção ofensiva rubro-negra. Por vezes, o goleiro argentino acelera os ataques da equipe com passes diretos nos laterais, abertos perto do meio-campo, ou em Pedro, o que ajuda a desafogar o time de uma possível pressão adversária, algo que é treinado e constantemente enfatizado por Tite.
Valorização com torcida
Além dos atributos técnicos, Rossi também tem se destacado por desempenhar função de liderança dentro de campo. Mais tímido do que o habitual em relação aos jogadores argentinos que fizeram sucesso no passado recente do futebol brasileiro, o goleiro chama a atenção pelas efusivas e solitárias comemorações nos gols marcados pelo Flamengo, e também pelas instruções ao time nos momentos de dificuldade ao longo das partidas. Estas características têm feito de Rossi um dos atletas mais admirados atualmente pelos torcedores rubro-negros.
— Acho que é muito bom ter essa identificação com o clube. Talvez eu não seja uma pessoa que demonstra muito, mas eu quero sempre ganhar. Cheguei aqui para ganhar. Isso é o mais importante. A gente sabe que no Flamengo tem que vencer. Então quando o time precisa da minha ajuda na bola aérea, na defesa ou no que seja necessário é importante, estarei lá para ajudar — disse Rossi.
Desfalques
Para o confronto de hoje, contra o Atlético-MG, é possível que Tite tenha dois desfalques importantíssimos. O meia e capitão Gerson, titular nos últimos 14 jogos do rubro-negro (de 1.260 minutos possíveis, o Coringa atuou em 1.237) e Pedro, que tem sequência ainda maior, de 15 partidas, devem ser poupados justamente pelo desgaste físico. Victor Hugo e Carlinhos treinaram entre os titulares nas atividades da semana.
Por escolha da comissão técnica, o rubro-negro realizou o último treino ainda no Rio de Janeiro, antes de viajar para Belo Horizonte. Assim, o treinador fará a escolha final em reunião com seus auxiliares instantes antes do confronto com a equipe mineira.
— Tratamos todos os jogos como finais, então sabemos que todas as 38 rodadas são finais. A gente sempre vai se preparar da melhor maneira para um jogo importante fora de casa. Eles (Atlético-MG) são fortes em casa. Vamos fazer o nosso melhor para procurar o resultado possível para seguir na liderança — disse Rossi.
Com 27 pontos, o Flamengo é líder, com um a mais do que o Palmeiras.