Em entrevista coletiva nesta sexta-feira, Leandro Campos, torcedor do Flamengo agredido por Marcos Braz, vice de futebol do clube, deu sua versão sobre o ocorrido num shopping na Barra da Tijuca, na última terça-feira. Leandro alegou que não ameaçou ou xingou o dirigente, e negou que faça parte de torcida organizada.
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— Ele estava vindo atrás de mim com o punho cerrado. Virei de frente para ele, dei uns passos para trás. Ele se desequilibrou, caiu, foi o momento que eu caí também. Caiu sobre minha virilha, me mordeu, enquanto o amigo começou a acertar chutes na minha cabeça.
Leandro alegou que é entregador de aplicativos e estava na região. Conhece os outros dois (torcedores que protestavam) porque também trabalham na área. Ele diz que não agrediu Braz — que ficou com o nariz machucado — e que nem tinha condição de fazê-lo, pois estava no chão sendo atingido.
— Só falei "Marcos Braz, sai do Flamengo". Em nenhum momento xinguei ou ameacei.
Leandro, que estava acompanhado da advogada Ani Luizi Máxima de Oliveira, ainda alega que o encontro com o dirigente não foi premeditado. Ele nega que tenha feito ameaças a Braz ou à filha do dirigente, que diz não ter visto no momento.
— Trabalho nas redondezas, passei no shopping e o vi. Não faço parte de nenhuma organizada — diz Leandro, que afirma não se arrepender do episódio:
— Não me arrependo, não fiz nada demais. Mas está gerando problemas na minha vida. Não estou indo trabalhar. Sou vítima, porque, em nenhum momento, o agredi fisicamente ou verbalmente.
Advogada se posiciona
Ani Luizi afirmou que irá representar criminalmente e na esfera cível contra o vereador e o seu amigo, que agrediu Leandro com chute. Eles acreditam que ele realmente não seja um segurança.
— São muitas inverdades proferidas contra meu cliente. Ele jamais o ameaçou de morte. No próprio depoimento, ele (Braz) fala que foi em direção ao Leandro, o que prova que ele começou as vias de fato — contou Ani. — Meu cliente está impossibilitado de trabalhar, porque está com medo de sair nas ruas. Esse caso tomou uma proporção tão grande que a gente não sabe o que pode acontecer.
Segundo ela, no laudo, foi comprovada a mordida de Braz em Leandro, e alguns hematomas na região interna da coxa. Além disso, já solicitou as imagens das câmeras de segurança do shopping. Ainda sem prazo, ela comparecerá à delegacia novamente para saber sobre a liberação.
Braz alegou xingamentos e também se disse vítima
Na quinta, Braz alegou que partiu para a briga pois Leandro teria xingado sua filha. O vice de futebol concedeu entrevista coletiva na qual explicou o ocorrido e também se disse vítima. O dirigente rubro-negro também relatou ameaças.
— Ele me ameaçou de morte. Falou que, se o resultado não viesse, a cobrança ia ser muito diferente. E falou no final o que eu disse, em relação à minha filha ("f***-** a sua filha"). Depois que ele falou essa última frase, eu me lembro de pouca coisa — afirmou Marcos Braz, que estava com um corte no nariz.
— Vocês têm que acreditar de mim. Eu fui ameaçado e ameaçado de morte ao lado da minha filha. Eu sou preparado para estar no cargo. Para isso (a intimidação), eu não me preparei, talvez eu tenha tido uma atitude diferente. Ser ameaçado ao lado da minha filha e ela ser ameaçada também verbalmente, é diferente — completou.