Nome aguardado no Flamengo há alguns meses, Jorginho é oficialmente jogador rubro-negro. O meio-campista, ex-Arsenal, chegou ontem ao Rio de Janeiro e assinou contrato por três temporadas — até o meio de 2028 — para atuar pela primeira vez no futebol brasileiro. O novo reforço é o principal nome desde que o presidente Luiz Eduardo Baptista assumiu o clube. Em janeiro, Bap e o diretor José Boto fecharam negócio por Danilo, defensor com mais de uma década de experiência na Europa e na seleção, mas o ítalo-brasileiro impulsiona o patamar do elenco de maneira diferente. Ao mesmo tempo, também terá desafios.
— A motivação é enorme de ter tanta alegria, como eu tive em toda a minha carreira, por todos os clubes que eu passei. Tenho certeza que não será diferente aqui — disse Jorginho à Flamengo TV.
Nascido em Imbituba, em Santa Catarina, o jogador de 33 anos passou rapidamente pela base do Brusque, mas se profissionalizou na Itália. Carrega vasta experiência na seleção italiana e em clubes como Napoli, da Itália, Chelsea e Arsenal, ambos da Inglaterra, com quem rescindiu o contrato que terminava no fim deste mês. Tem como destaques na carreira o terceiro lugar na Bola de Ouro de 2021, e os títulos da Eurocopa, Liga dos Campeões e Mundial de Clubes da mesma temporada. Este último é o que mais deixa a torcida animada.
A versão ampliada do torneio da Fifa, agora com 32 clubes e jeito de Copa do Mundo, foi o principal atrativo na negociação de Jorginho com o Flamengo. Ele é a única contratação confirmada até agora nesta janela extra, que fecha na próxima terça-feira, e abriu mão de um bônus de 800 mil libras (cerca de R$ 6 milhões) do Arsenal para disputá-lo. A primeira oportunidade para estrear será no dia 16, contra o Espérance, da Tunísia.
Anunciado com a alcunha de “professor” e utilizando um blazer em sua primeira visita ao CT Ninho do Urubu, onde será apresentado na manhã de hoje e fará seu primeiro treino com Filipe Luís e os novos companheiros, o volante chega ao rubro-negro para ser mais um pilar cerebral no meio-campo. No mundo ideal, o camisa 21 não será concorrente para Arrascaeta na faixa mais ofensiva do setor, mas sim um facilitador na construção de jogadas, em parceria com o 10.
Portanto, a “concorrência” de Jorginho estará mais recuada no campo e tem De la Cruz como principal nome. O segundo volante uruguaio se estabilizou neste ano, física e taticamente e, apesar de atual lesão no joelho esquerdo, faz boa dupla com Erick Pulgar, jogador mais afeiçoado ao combate. Em 15 temporadas como profissional, Jorginho se acostumou a atuar exatamente nesta posição, buscando a bola no pé da defesa e percorrendo todo o campo para entregá-la aos homens de frente.
Em 2024/25, o volante teve um dos menores números de jogos em uma temporada (27), não apenas por ter perdido espaço no Arsenal mas também por uma lesão no tórax. No entanto, segundo o blog do Diogo Dantas, as impressões do Flamengo são de que o reforço está em boas condições físicas. Agora, precisará apenas de um recondicionamento para um melhor ritmo de jogo.
A contratação de Jorginho foi feita pensando em um longo prazo de entrega de alto nível, mas, se De la Cruz não reunir condições de jogo ideais, Filipe Luís pode tê-lo como opção de substituto já na próxima partida. O outro nome é Allan.
Os treinos até o jogo com o Espérance dirão para Filipe qual é a formação ideal em um torneio de tiro curto e que exigirá máxima rotação em todas as partidas. Gerson também pode participar destas discussões por titularidade na posição se o treinador o mantiver nela.
Em maio, Pulgar, De la Cruz e Allan se machucaram e Filipe se viu obrigado a deslocar o Coringa da ponta direita, onde ele prioriza sua capacidade de combate pelos lados, para seu lugar de origem. A conveniência é poder encaixar Luiz Araújo — ou, futuramente, Plata — e aumentar o poder ofensivo.
Jorginho será mais uma peça neste “problema” que oferece uma dor de cabeça de alto nível. De toda forma, o ítalo-brasileiro chega automaticamente com o maior cacife do setor, pelo entendimento de jogo, a capacidade de passes e controle, e até a cobrança de pênaltis.
O próximo nome na mira do departamento de futebol é o meia Jorge Carrascal, do Dínamo Moscou, da Rússia. Sua chegada é difícil para o Mundial, mas o rubro-negro quer o colombiano de 27 anos para o segundo semestre.