A derrota do Flamengo para o Peñarol, ontem à noite, no Maracanã, não selou o destino do clube na Libertadores. Mas o 1 a 0 imposto pelos uruguaios, com atuação desajustada de um time cheio de remendos, piora ainda mais a situação de Tite à frente do time rubro-negro. Da escolha dos titulares para esta partida ao pobre repertório apresentado. Os uruguaios comandados por Diego Aguirre foram eficientes e faltou pouco para saírem em vantagem maior para o jogo de volta.
Eu disse aqui que a atuação do time no clássico com o Vasco no último domingo não fora como o treinador enxergou. Postura que se repetiu diante de um oponente mais bem ensaiado. De La Cruz, Gerson e Arrascaeta pouco ou quase nada produziram e a busca pelas cabeçadas do incansável Bruno Henrique foi o que restou de arma ofensiva. Os problemas de contusão, somados à má gestão do elenco, parecem minar o milionário projeto esportivo. E Tite está com a corda no pescoço.
Sigo a considerá-lo um dos mais capacitados treinadores, seja na montagem de times competitivos como na excelência estratégica. Mas não há como desconsiderar a falta de critério na utilização de jovens revelados pelo clube ou até as alterações promovidas jogo a jogo. Como na preferência por Erick Pulgar no lugar de Léo Ortiz, que tem feito ótimos jogos como volante. Tite se perdeu e isso me parece claro.
Fluminense x Botafogo
Há semelhanças entre os times de Fluminense e Botafogo, que se enfrentam na noite de amanhã, no Maracanã. Mas elas não estão na campanha que fazem até aqui no Brasileiro. O traço que os une vem do baixo aproveitamento como visitante na Libertadores — os tricolores com 41,6%, e os alvinegros com 38,8%. Ambos venceram um só confronto fora de casa — o Botafogo em seis jogos, e o Fluminense em quatro.
Aliás, a bem da verdade, esse desempenho ruim como visitante se repete (e os igualam!) também no Brasileiro, onde um é o líder e luta pelo título e o outro é o 16°, a dois pontos da zona da degola: os dois têm apenas três vitórias nos últimos dez jogos. A diferença é que o Fluminense tem o dobro de derrotas do Botafogo (seis a três), o que aumenta a ansiedade para o confronto da volta pelas quartas de final da Libertadores.