Tite sabe que a vaga na próxima fase da Copa do Brasil só escapa se o Flamengo abusar da displicência

Os números de Tite no comando do time do Flamengo já seriam o suficientes para acreditar na presença do time nas quartas de final da Copa do Brasil. Mas neste jogo de logo mais, contra o Palmeiras, no Allianz Parque, a confiança na classificação rubro-negra vem também da qualidade técnica, da maturidade tática e do melhor momento do time carioca.

Por mais paradoxal que seja, a derrota de 1 a 0 para o São Paulo, sábado, no Morumbis, é daquelas que refletem o quanto o trabalho de Tite está bem estruturado. E o que reforça essa complexa tese é o fato de que qualquer outro time com a passividade do Flamengo diante de um rival que não perde como mandante teria sido castigado. Mas não o time de Tite.

Porque jogar mal faz parte do plano de voo de qualquer equipe. A questão é o que ocorre quando a má atuação se dá em confronto com o São Paulo, e jogando como visitante. O Flamengo já fez 42 partidas este ano e perdeu seis. No entanto, só saiu de campo em desvantagem superior a um gol nos 2 a 0 impostos pelo Botafogo na quarta rodada do Brasileiro.

E essa não é uma questão de fase. É característica do trabalho do técnico que, equilibrando seus times entre defesa e ataque, levou o Corinthians a dois títulos do Brasileiro, um da Libertadores e um do Mundial. Estratégia que repetiu na seleção brasileira em quase dois ciclos completos de Copas: conjunto fechado na fase defensiva e eficaz na ofensiva.

Por isso, dá ênfase ao controle de cargas e valoriza tanto o trabalho de jogadores que nem sempre oferecem virtuosismo. Como Luiz Araújo, por exemplo, o mais titular dos reservas - que, aliás, deverá reaparecer hoje, alinhando no ataque com Pedro e Cebolinha. O ponta revelado pelo São Paulo em 2017 joga pelos dois lados e sabe preencher o meio do campo.

É isso: podendo se classificar até com derrota para o Palmeiras por um gol de diferença, Tite sabe que a vaga na próxima fase da Copa do Brasil só escapa se o Flamengo abusar da displicência. E se o time de Abel Ferreira voltar a exibir seu melhor futebol, fato que não ocorre desde a saída de Endrick, por mais animadoras que sejam as atuações de Estevão.

O que não se pode prever é o quanto a classificação para a próxima fase da Copa do Brasil fará mal a um time que hoje briga pelo título do Brasileiro e um dos cotados para conquistar a Copa Libertadores. Mas aí já é outra história…

Fonte: Extra