Tite sabe que está por sua conta e risco no Flamengo . Além da falta de respaldo da diretoria, preocupada com a eleição dentro e fora do clube, há sinais de esgotamento no dia a dia do trabalho.
A queda de desempenho da equipe nos últimos jogos é o campo falando a partir do que se vê também nos treinos, nos quais os atletas já sentem a falta de repertório do treinador.
Os relatos são de atividades quase sempre no mesmo formato, sem novas ideias pensando nos adversários. Nem a chegada de reforços proporcionou um salto de qualidade nas atuações.
Com uma série de atletas desgastados, o foco normalmente é na recuperação física. E nesse cenário o trabalho do preparador de Tite, Fabio Mahseredjian, tem sido bastante questionado.
Nem o lado motivacional do técnico tem dado conta de erguer o ambiente. Tite tem se desgastado com discursos emotivos nas rodas do vestiário, que não são capazes de sozinhos sustentar nada.
Amparado por sua comissão, sobretudo seu filho e fiel escudeiro, o auxiliar Matheus Bachi, o treinador não esconde o abatimento pelos resultados e por não ter conseguido superar os desafios no clube.
Prestes a completar um ano no Flamengo, o ex-técnico da seleção brasileira chegou como unanimidade pelo currículo também em clubes, mas dá sinais de que não se adaptou bem.
O fim de temporada com a equipe em três competições pode ser um último suspiro. Desgastado, o técnico será colocado à prova no jogo de volta contra o Peñarol, pela Libertadores, quinta-feira.
Além da parte anímica, Tite também sofre os efeitos da colocação de uma prótese no joelho direito, que limita seus movimentos. Mesmo assim, divide funções com seus auxiliares de alto nível.
O procedimento médico aconteceu ano passado e foi feito pelo doutor Rodrigo Lasmar, do Atlético-MG e da Seleção, que trabalhou com o treinador nas duas últimas Copas do Mundo.