NETFLA | Todas as notícias do flamengo em um só lugarA Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) está se preparando para um julgamento que pode ter grandes repercussões no futebol brasileiro. O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, será avaliado na próxima quinta-feira pela Primeira Comissão Disciplinar do STJD, em um caso que envolve alegações de manipulação de resultados. O foco da acusação é um vídeo em que o apostador Douglas Ribeiro Pina Barcelos afirma ter conhecimento prévio de que Bruno Henrique receberia um cartão amarelo durante a partida contra o Santos, válida pelo Campeonato Brasileiro de 2023.
Denúncias e possíveis consequências
Bruno Henrique enfrenta denúncias baseadas em dois artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD): o artigo 243, que trata de atuar de maneira prejudicial à equipe, e o artigo 243-A, que aborda a conduta contrária à ética desportiva com o intuito de influenciar o resultado de uma partida. Se condenado, o atacante pode enfrentar uma suspensão de até dois anos, além de ser punido com a impossibilidade de participar de outras 24 partidas e uma multa que pode chegar a R$ 200 mil.
O STJD, em um ofício enviado à Justiça do Distrito Federal, solicitou acesso ao material gravado que faz parte de um acordo de não persecução penal de Barcelos. Este apostador foi indiciado por ter realizado apostas no cartão amarelo de Bruno Henrique e admitiu ao Ministério Público que tinha conhecimento da advertência que o jogador receberia.
Acordo e implicações legais
Para evitar um processo por estelionato, Barcelos se comprometeu a cumprir 360 horas de serviço comunitário e a pagar uma multa de R$ 2.322,13. Além disso, ele confessou sua participação no esquema. Com a intenção de se mudar para o exterior, os promotores consideraram a possibilidade de que ele pague uma multa de R$ 5.500, desde que apresente documentação que comprove sua nova residência.
Barcelos é amigo de Wander Nunes Pinto Júnior, irmão de Bruno Henrique, e teria recebido informações sobre o cartão amarelo diretamente dele. O caso não se limita a Bruno Henrique; o STJD também irá julgar outras quatro pessoas nesta semana, incluindo o próprio Barcelos. Os denunciados incluem Wander, Claudinei Vitor Mosquete Bassan e Andryl Sales Nascimento dos Reis, todos jogadores amadores sob a jurisdição do STJD. Na esfera da Justiça comum, apenas Bruno Henrique e Wander são réus. O Ministério Público está buscando que outras sete pessoas, indiciadas pela Polícia Federal, também sejam processadas.
A situação é um lembrete contundente sobre os riscos associados às apostas no esporte e as consequências que podem advir de ações que comprometem a integridade das competições. O desfecho deste caso poderá ter um impacto significativo não apenas na carreira de Bruno Henrique, mas também na imagem do futebol brasileiro como um todo.
