A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) se reuniu, nesta segunda-feira (27), com representantes dos 20 clubes da Série A para tratar sobre as alterações do calendário do Brasileirão e da Copa do Brasil após os adiamentos dos jogos pela tragédia causada pelas chuvas no Rio Grande do Sul.

A reunião, que durou cerca de uma hora e meia, teve clima ameno, com clubes buscando demonstrar solidariedade com os dirigentes gaúchos pelo momento que estão ultrapassando.

Diretor de competições da CBF, Júlio Avellar chegou à reunião com a apresentação de uma alternativa para o prosseguimento do torneio. Nesta, ficou acordado que algumas rodadas do Brasileirão terão que ser disputadas ao longo das Datas Fifa do segundo semestre, em setembro, outubro e novembro.

Segundo apurou a ESPN , a ideia era imaginada pela grande maioria dos dirigentes ali presentes, dadas as circunstâncias, com todos aceitando por unanimidade a proposta.

A chance de prorrogação do calendário por mais uma ou duas semanas foi descartada. A CBF apresentou argumentos que fizeram os clubes entenderem e acatarem a decisão.

O mais forte foi o de prejudicar o calendário de 2025, que já sofrerá por conta do Supermundial de Clubes . Em caso de prorrogação, a pré-temporada das equipes sofreria mudanças para o cumprimento dos 30 dias de férias obrigatórios por lei.

Dentro das Datas Fifa, a logística será definida de acordo com a situação das equipes. A prioridade é que os clubes consigam cumprir as 66 horas de descanso entre uma partida e outro para descanso dos atletas.

Na Copa América , quando já seriam disputados nove jogos do Brasileirão, não há previsão de novas rodadas sendo marcadas. Os jogos adiados da Copa do Brasil, porém, ocorrerão nos dias 3 e 13 de julho.

Inversão de mandos ao longo do campeonato

Fora da proposta original da CBF, o Conselho também levantou a possibilidade de mandos serem invertidos de acordo com a situação envolvendo os clubes do Rio Grande do Sul.

Isso, contudo, será avaliado caso a caso, entre as próprias equipes, com aval dado pela CBF.

Grêmio, Internacional ou Juventude, por exemplo, podem propor, diante das condições, inverter o mando com a equipe rival. Havendo acordo entre ambas, a alteração seria realizada na tabela.

Clima de ‘solidariedade’ reforça laços dos clubes

Após a reunião, todos os dirigentes demonstraram ar de satisfação com o clima, exaltando a "solidariedade" e a "amenidade" por colocar qualquer tipo de desavença de lado em prol de um bem maior.

Alessandro Barcellos , presidente do Internacional, agradeceu Leila Pereira , mandatária do Palmeiras, por ceder a Arena Barueri sem custos. O Colorado sofrerá com a diminuição de sua renda estimada com venda de ingressos e adimplência de seu sócio-torcedor e o dirigente exaltou o "espírito que prioriza o futebol brasileiro".

Outros, por sua vez, se mostraram felizes pela maturidade existente entre os clubes. Em meio às desavenças entre Liga Forte União e Libra , Mário Bittencourt , presidente do Fluminense, chegou a falar em "semente" para uma liga unificada das equipes.

O dirigente tricolor ainda citou uma ação dos clubes para ajudar Grêmio, Internacional e Juventude, revelando que foram doadas bolas ao dirigente colorado para que pudessem treinar.