O presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, solicitou o ingresso dele no Conselho de Gestão (CG) da Libra. O órgão representa a liga no trato com as instituições esportivas e conduz o interesse comum nos projetos comerciais. Rodolfo Landim, o ex-presidente do clube, foi um dos quatro membros fundadores do CG. Bap, em guerra fria com a Libra, quer uma cadeira no CG.
A Libra é subdividida em três órgãos: o Conselho Gestor (CG), o Comitê de Negócios (CN) e o recém-criado Comitê de Gestão Integração de Ligas (CIL). O CG hoje é formado por dirigentes de quatro clubes: Júlio Casares, do São Paulo; André Rocha, do RB Bragantino; Raul Aguirre, do Bahia, e Roger Aguilera, do Paysandu; Com decisões tiradas em Assembleia com 16 filiados.
Bap não se conforma com o fato de Landim ter aberto mão de vantagens que o Flamengo tinha no contrato anterior para direitos de transmissão. E tem sido voz dissonante entre representantes dos demais clubes por não se afinar com interesses coletivos — vide recusa em assinar o protesto antirracista contra a Conmebol. A decisão soou deselegante e não foi bem recebida pela maioria.
E aí começam os problemas para as pretensões do cartola rubro-negro. Para ser aprovado no CG da Libra, ele precisará de decisão unânime. Algo que está longe de acontecer, principalmente após os termos duros direcionados a Santos e Internacional na reunião com conselheiros do clube na sexta-feira (21), ao falar do veto ao transpasso de Thiago Maia. “Eu ia trocar de devedor duvidoso. Não fizemos.”
O presidente do Santos, Marcelo Teixeira, é um dos quatro que compõem o Comitê de Integração E o Internacional, um dos fundadores da Liga Forte Futebol (LFF), tem Alessandro Barcellos, seu presidente, figura estratégica para a união entre as duas ligas. Ambos se chatearam com a discurso de BAP e engrossaram o bloco dos descontentes, liderado por Leila Pereira, do Palmeiras, e Júlio Casares, do São Paulo.
Ou seja: o presidente do Flamengo teve semana conturbada, iniciada com posicionamento e falas decepcionantes na luta contra o racismo. Ele, como um executivo forjado no segmento audiovisual, deveria lembrar que imagem é tudo. Ao contrário, e aos poucos, cola a suas costas o rótulo de dirigente “menos querido.”