Sônia da Silvia Moura garante não sentir ódio de Bruno, condenado a 22 anos de prisão (posteriormente reduzidos para 20 anos e nove meses) pelo assassinato de sua filha, Eliza Samudio. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo , ela falou sobre as lembranças de Eliza, a vida com o neto Bruninho e o sentimento em relação ao ex-goleiro do Flamengo .

“Eu não tenho ódio dele, simplesmente sinto dor. E não quero ver esse exemplo para outras crianças", explicou.

Se engana, porém, quem acredita que Sônia é contra a reintegração de Bruno ou qualquer outro preso. Ela explica, apenas, que não considera justo o goleiro retomar a vida profissional em uma função que traz tanta atenção e admiração, especialmente de jovens.

“Eu acho um absurdo, porque ele não é exemplo para criança nenhuma, para adolescente nenhum. As pessoas têm que se conscientizar que crime contra a vida não é um erro, é um crime”, apontou.

“Se ele conseguisse devolver a minha filha viva, para que ela tivesse convivência com meu neto, eu não ia contestar de forma nenhuma. A minha filha não teve uma segunda chance."

Enquanto diversos clubes de menor expressão do futebol brasileiro tentam a contratação de Bruno – e normalmente desistem diante da repercussão negativa entre torcedores e patrocinadores –, Sônia vive com o neto Bruninho, de 10 anos, filho de Eliza.

Bruno não reconhece a paternidade do garoto e aguarda parecer da Justiça sobre o assunto. Hoje em regime semiaberto, em Varginha, ele segue à espera de oportunidade em algum time para tentar retomar a carreira aos 35 anos.

“Eu vivo em uma eterna prisão. Presa em dor, sofrimento, injustiça e medo, tentando preservar a minha vida e a do meu neto”, afirma Sônia.