Sem margem de erro, Diego Alves vê o Fla sereno para clássico: "Passo a passo"

A gordura acabou, e o Flamengo encara a situação com naturalidade. Líder do Brasileirão há sete rodadas, o Rubro-Negro volta ao Maracanã neste sábado, às 19h (de Brasília), com a obrigação de vencer o clássico com o Botafogo para evitar riscos de ser ultrapassado pelo São Paulo. E Diego Alves garante que a realidade não aumenta a pressão sobre a equipe.

Diego Alves em treinamento do Flamengo no Ninho do Urubu (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

Diego Alves em treinamento do Flamengo no Ninho do Urubu (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

Com o empate com o Palmeiras, na última rodada antes da parada da Copa, e o revés para o Tricolor paulista no Rio de Janeiro, o Fla viu a vantagem de seis pontos no topo da tabela reduzir para um. Nada que assuste o goleiro rubro-negro, que lembrou que o São Paulo também tem desafio complicado no sábado: o Corinthians, às 21h, no Morumbi.

- Não tem margem de erro. Temos pequena vantagem. São Paulo também não tem vida fácil. Botafogo é bastante difícil. Se perde, os de trás conseguem aproximar. Jogo vai ser encarado como clássico. Vamos passo a passo. A derrota a gente sabia que ia acontecer em algum momento. Faz parte.

Para o clássico, Maurício Barbieri não terá Everton Ribeiro, suspenso. Fernando Uribe e Willian Arão são os principais candidatos à vaga. Quem provavelmente terá mais uma oportunidade entre os titulares é Marlos Moreno. Aposta para substituir Vinicius Jr, o colombiano, que já tinha recebido o apoio de Barbieri, também recebeu palavras de incentivo de Diego Alves.

- Todo jogador tem seu momento de adaptação. Ambiente de jogo, pressão. Volto a dizer que quando Vinicius começou, Paquetá, Léo, vários tiveram. Fazemos de tudo para que a adaptação seja a mais rápida possível. Está mais extrovertido, às vezes precisa passar aquela confiança. Está se soltando mais. É mais tímido. Teve crescimento grande no treinamento. Baixando a ansiedade, que é normal, vai crescer.

Marlos Moreno recebeu apoio de Barbieri e Diego Alves (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

Marlos Moreno recebeu apoio de Barbieri e Diego Alves (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

Com 27 pontos, o Flamengo lidera o Campeonato Brasileiro seguido por São Paulo (26), Atlético-MG, Grêmio e Internacional (23). O Botafogo, rival de sábado, às 19h (de Brasília), pela 14ª rodada, no Maracanã, é o décimo, com 17.

Confira outros pontos da entrevista de Diego Alves:

Clássico com o Botafogo

- Os dois times vão brigar pela vitória. Sabemos a importância de pontuar, mas tem que continuar o trabalho. Logo depois temos jogos importantes. Não tem o que escolher. Independentemente da posição, vão ser confrontos muito difíceis.

Mudanças pós-Copa

- Vinicius usava improvisação que é coisa dele. Habilidade que ele tem. Mas no começo dele também houve período de adaptação, não só dele e de outros jogadores. Mas taticamente estamos iguais.

- Quando se perde busca sempre informação que está dando errado. Estilo de jogo é o mesmo. O que é diferente é a individualidade que o Vinicius tinha, mas temos jogadores com profundidade e posse de bola que o Mauricio procura.

Everton Ribeiro suspenso

- Sempre que perde jogador no nível do Everton Ribeiro é importante. Mauricio vai saber trabalhar isso.

Disputa com o São Paulo

- Podemos ganhar e voltar com a pontuação de antes. Temos que manter da mesma maneira. Vai ser difícil. Equipes se reformulando, contratando. Não podemos planejar pensando na derrota. São Paulo tem jogo difícil, Atlético também. O objetivo não é agora, é lá na frente.

Diego Alves lamenta gol do São Paulo, marcado por Everton (Foto: Alexandre Durão / GloboEsporte.com)

Diego Alves lamenta gol do São Paulo, marcado por Everton (Foto: Alexandre Durão / GloboEsporte.com)

Líder do elenco

- Sempre fui assim. Independentemente do tempo vai tendo respeito e confiança de todos. Sempre fui pessoa de comunicação. Seja com Réver, Renê... mais importante no jogo às vezes é isso. Conversar, explicar, corrigir algo. Não vejo tantos desajustes dessa maneira. Lógico que perdemos o jogo, sofremos gol. Temos que corrigir. Tempo é curto. Mas a tática é a mesma. Pode ser que com mais ansiedade, volta depois de um tempo sem jogar, mas esperamos voltando à normalidade.

Postura da equipe

- Em momento algum omitimos a sair para o ataque. Lógico que uma hora do jogo vai ter contra-ataque. Estamos conscientes do que podemos render. Tratamos derrota não com acomodação, mas para melhorar e olhar lá para frente.

Vinicius no Real Madrid

- Última conversa foi aqui. Momento especial, é o sonho dele, tem que aproveitar da melhor maneira. Treinar, aprender, crescer, trabalhar. Vai estar com os melhores do mundo. Qualidade única. Vai ser muito importante para o Real.

Atuação contra o São Paulo

- Contra o São Paulo criamos jogadas. Em posse de bola e finalizações, tivemos bastante. São Paulo teve bem menos. Não achei falta de criação. Ansiedade existe, talvez tenha atrapalhado para concluir jogadas.

Contragolpes do São Paulo

- A gente enfrentou times com poder de contra-ataque bastante forte na Libertadores com Réver e Juan. São Paulo soube usar muito bem. Jogadores com características importantes para isso. É difícil se planejar para defender contra-ataques de escanteio. Se o rebote fica para o adversário não tem outra maneira a não ser correr para trás. SP soube explorar, conseguiu encaixar. Mas não vi o time aberto, exposto essa maneira. Fiz uma defesa no jogo. Lógico que a partir do gol o time que está perdendo ataca mais e outro time tenta aproveitar a brecha. O jogo foi fácil de entender. Tivemos erros de finalização. Eles encontraram gol no contra-ataque.

Fonte: Globo Esporte