Sem jogar a toalha no Brasileiro, Flamengo já tirou outras grandes desvantagens para ser campeão

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— Enfrentamos uma grande equipe, o líder do campeonato. Todos falavam que o Botafogo era o favorito, e a gente sabe que o campeonato ainda não acabou. Mostramos dentro de campo a nossa força — declarou Bruno Henrique à "FlaTV" na saída de campo do clássico.

Ainda dá? Para servir de inspiração, o Flamengo já conseguiu em outras duas ocasiões tirar grandes desvantagens para ser campeão brasileiro na era dos pontos corridos, segundo dados do Espião Estatístico do ge . Em 2009 o cenário era até pior que o atual. Na 23ª rodada, o líder Palmeiras tinha 44 pontos e chegou a abrir 13 na frente do Rubro-Negro, então 11º colocado com 31.

O time do técnico Andrade iniciou uma reação em setembro, e em outubro impôs ao líder Palmeiras a sua primeira derrota dentro do Palestra Itália no campeonato (veja no vídeo acima) , assim como fez com o Botafogo esse ano. Naquela ocasião, a diferença caiu para seis pontos na 30ª rodada: 54 a 48 do Rubro-Negro, então quinto colocado na tabela.

O Palmeiras perdeu o primeiro lugar na 34ª rodada para o São Paulo, novo líder com 59 pontos, dois a mais que o Flamengo , com 57. E o Rubro-Negro conseguiu passar o Tricolor e assumir a ponta na penúltima rodada, após vencer o Corinthians fora de casa por 2 a 0. Dependendo só de si na rodada final, foi campeão ao ganhar do Grêmio por 2 a 1 no Maracanã.

No último título brasileiro do clube, o Flamengo também precisou reagir na tabela e tirar uma diferença incômoda nessa altura do campeonato: na 21ª rodada, o líder São Paulo tinha 43 pontos, sete à frente do Rubro-Negro, quarto colocado com 36.

Aquela equipe, dirigida pelo técnico Rogério Ceni, encurtou a distância para o líder para dois pontos na 25ª rodada, mas só foi conseguir ultrapassar o São Paulo na 31ª rodada, após derrotar o Palmeiras por 2 a 0 no Mané Garrincha. O problema é que o Inter também ultrapassou e assumiu a ponta da tabela, mas o Rubro-Negro passou a depender apenas de si porque ainda enfrentaria o Colorado no fim.

O Flamengo fez a sua parte, mantendo-se um ou dois pontos atrás do líder, e na penúltima rodada assumiu a primeira colocação ao vencer o Inter por 2 a 1 no Maracanã. Novamente, o Rubro-Negro só dependia de si na rodada final, mas perdeu do São Paulo no Morumbi e foi campeão graças ao tropeço do Colorado, que empatou com o Corinthians no Beira-Rio.

Outros exemplos que podem servir de inspiração vêm dos modelos antigos do Brasileirão. Em 1987 e 1992, o Flamengo foi campeão no mata-mata após penar na fase de classificação.

Na 11ª rodada em 1992, o Rubro-Negro ocupava a 13ª posição na tabela, mais próximos da lanterna do que da ponta. Mas as coisas mudariam dali por diante. Mas iniciou uma arrancada e chegou à última rodada em quinto lugar com 20 pontos, empatado com Santos, Corinthians e Inter, que estavam atrás no saldo de gols. Só os oito primeiros passavam de fase, e o Flamengo recebeu o Colorado no Maracanã sem poder perder, mas venceu por 2 a 0.

Já na Copa União de 1987, os times eram divididos em dois grupos de oito, e só os líderes de cada chave nas duas fases avançavam para a semifinal. O Flamengo foi muito mal na primeira etapa e terminou em antepenúltimo lugar do Grupo A. A reação aconteceu na segunda fase, quando o Rubro-Negro foi o vice-líder, mas só se classificou porque o líder Atlético-MG também tinha sido primeiro na etapa anterior e por isso já tinha sua vaga garantida no mata-mata.

A famosa frase "deixou chegar" é antiga na mística rubro-negra, e o Flamengo tentará colocá-la à prova mais uma vez em 2023. Para continuar a reação que começou na vitória sobre o líder Botafogo, o time de Jorge Sampaoli precisa vencer o Athletico-PR na próxima quarta-feira, às 21h30 (de Brasília), no Kleber Andrade, em Cariacica (ES).

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