No último domingo (13), o Flamengo venceu o Grêmio por 2 a 0 fora de casa, em duelo válido pelo Campeonato Brasileiro. Como costuma ocorrer após vitórias do Rubro-Negro, surgiram críticas de adversários em relação a decisões da arbitragem durante o confronto.
O principal ponto de contestação partiu dos gremistas, que alegaram um possível toque de mão de Gerson dentro da área no primeiro tempo. Em resposta à polêmica, a Comissão de Arbitragem da CBF divulgou a checagem do VAR, apresentando o vídeo e explicações baseadas nas regras da Ifab/Fifa, para esclarecer o lance.
"Para mim esse braço tá para trás, tá? Tá protegido pelo corpo, inclusive. Mesmo ele abrindo aqui, ele tá jogando o braço para trás. Ele não abre para ganhar essa bola, concorda? A bola vem do parceiro. Seguimos, ele tá com o braço para trás da linha do corpo. A bola vem do defensor saindo para área", analisou Marco Aurelio Augusto Fazekas Ferreira, VAR da partida.
Confira o trecho do regulamento:
1. Tiro livre direto
Um tiro livre direto será concedido se um jogador cometer uma das seguintes infrações:
• Uma infração por toque de mão na bola (à exceção do goleiro no interior da própria área penal);
• segurar um adversário;
• impedir o movimento de um adversário com contato físico;
• morder ou cuspir em alguém inscrito na relação de ambas as equipes ou em um membro da equipe de arbitragem;
• arremessar um objeto na direção da bola, de um adversário ou de um membro da equipe de arbitragem, ou tocar na bola com um objeto.
Consulte também as infrações previstas na Regra 3.
Tocar na bola com a mão ou o braço
Com a finalidade de determinar com clareza as infrações por toque na bola com a mão, o limite superior do braço se alinha com o ponto inferior da axila. Nem todos os contatos da mão ou do braço de um jogador com a bola constituem uma infração.
No entanto, cometerá uma infração o jogador que:
• tocar na bola com sua mão ou seu braço deliberadamente; por exemplo, deslocando a mão ou o braço na direção da bola;
• tocar na bola com sua mão ou seu braço quando estes ampliarem o corpo do jogador de maneira antinatural. Considera-se que um jogador amplia seu corpo de forma antinatural quando a posição de sua mão ou seu braço não for consequência do movimento do corpo nessa ação específica ou não puder ser justificada por esse movimento. Ao colocar a mão ou o braço nessa posição, o jogador assume o risco de que a bola acerte essa parte de seu corpo e de que isso constitua uma infração;
• marcar um gol no adversário: diretamente com a mão ou o braço, mesmo que em uma ação acidental, incluindo por parte do goleiro da equipe atacante;
• imediatamente depois de a bola tocar na mão ou no braço, mesmo que de maneira acidental.
O tiro penal
Um tiro penal será concedido se um jogador cometer uma infração punível com um tiro livre direto dentro da própria área penal ou fora do campo como parte do jogo, conforme descrito nas Regras 12 e 13.
Além do conteúdo disponibilizado no site oficial da entidade, o comentarista Paulo César de Oliveira analisou o caso no programa "Fechamento SporTV". Apesar de concordar com a decisão final da arbitragem em campo, o ex-árbitro destacou que houve uma falha na condução do VAR ao longo do processo de revisão.
"Eu acho que faltou um detalhe muito importante na análise do VAR, que é a questão da bola ter batido no corpo do Gerson. Isso sequer foi levado em consideração na análise feita na cabine pelo VAR. São vários elementos que precisam ser levados em conta na tomada de decisão. E o fato da bola ter batido no peito do Gerson é uma consideração importante", disse PC Oliveira.
Segundo ele, o toque no braço de Gerson ocorreu após um rebote inesperado, em uma disputa entre Wesley e Braithwaite, o que dificultou a reação do jogador flamenguista. Por isso, a decisão de não marcar o pênalti foi considerada correta, embora o protocolo de avaliação tenha deixado a desejar.
"O Gerson, no primeiro momento, está sim com o braço atrás do corpo, ele tem uma movimentação abrindo o braço, mas você tem que avaliar o ponto de contato da bola. Primeiro ela bate no corpo e na hora do contato na mão do Gerson é uma mão que não está aqui aberta lateralmente ampliando espaço, não é mão deliberada, ele não usou a mão para dominar a bola", finalizou o ex-arbitro.