Sem clima e sem respaldo no Flamengo, Sampaoli segue como escudo da diretoria até o fim do ano

O silêncio e as expressões pesadas da cúpula do futebol do Flamengo durante o sorteio da final da Copa do Brasil, que definiu o local da decisão no Morumbi, sintetizam a inércia e o constrangimento diante do mau desempenho da equipe às vésperas do confronto no mata-mata e do clássico com o líder Botafogo pelo Brasileiro, no sábado.

A ordem do dia é se fechar e adiar decisões que tornem o ambiente ainda mais instável, sobretudo interromper o trabalho de Jorge Sampaoli, técnico escolhido pelo presidente Rodolfo Landim. Hoje, não há movimento no clube para se buscar outra solução imediata no curto prazo, como outro técnico ou um auxiliar interino. O argentino vai para os jogos finais e deve seguir até o fim da temporada, quando uma reavaliação de todo o departamento de futebol está prevista. Até lá, Sampaoli segue como escudo e terá a "cabeça entregue" apenas no momento oportuno.

Próximo de entrar em seu último ano de mandato, Landim esteve na CBF ao lado do vice de futebol Marcos Braz e do diretor Bruno Spindel, e no fim do evento cada um foi para um lado, já que há um consenso de que qualquer conversa mais aprofundada sobre mudanças no futebol só acontecerá após os jogos contra o São Paulo, dias 17 e 24 de setembro. Questionado sobre a permanência de Sampaoli até a final da Copa do Brasil, o presidente disse:

— É óbvio. Estamos no meio de uma temporada e com duas decisões. Todo mundo faz avaliação ao fim do ano — declarou.

Sem clima com o elenco e sem respaldo claro da diretoria, Sampaoli, apresentou semblante abatido, ouviu até elogios do colega Dorival Jr, enquanto os jogadores do Flamengo enalteciam o trabalho do antigo treinador. Houve uma certa saia justa com a cúpula diante do tratamento que Dorival recebeu dos atletas e de outros funcionários rubro-negros.

Na primeira fila, o argentino ficou entre Braz e Landim, mas na hora de subir ao palco deu respostas curtas, cabisbaixo, e sem interagir com dirigentes e jogadores, Éverton Ribeiro e Filipe Luis. Os atletas foram proibidos pelo clube de dar declarações depois do sorteio, mas deixaram claro que a decisão era da diretoria. No momento, o silêncio e o tempo são os únicos remédios que o Flamengo faz uso para tentar curar seus muitos problemas.

Fonte: Extra