Após a
manifestação organizada pelo Bom Senso F.C
. na
sede da CBF, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, o
secretário-geral da entidade, Walter Feldman, conversou com a imprensa. Na
coletiva realizada nesta terça-feira, o dirigente mostrou-se confiante de que
Marco Polo Del Nero é inocente das acusações de formação de quadrilha,
corrupção e lavagem de dinheiro investigadas pelo FBI e pelo Comitê de Ética da
Fifa.
- Existe a possibilidade real de o presidente Marco Polo
não ter nenhum envolvimento nas acusações que foram oferecidas pelo FBI. Qualquer
tentativa de antecipar aquilo que seria a sua prévia condenação não seria
constitucionalmente justa. A defesa poderá ser realizada e acreditamos em sua inocência.
E vamos acreditar até o último instante nisso.
O dirigente também se defendeu de que omitiu no passado a
provável saída de Del Nero da presidência da CBF e do Comitê Executivo da Fifa.
- Acreditávamos naquele momento que o FBI não incluiria o
nome do presidente Marco Polo. Isso nova levava a crer que não haveria
perspectiva de saída do Comitê da Fifa ou de licença da CBF. Depois do episódio
do FBI, o presidente achou adequado se licenciar para que a CBF estivesse
protegida e sem nenhum tipo de influência – afirmou o dirigente.
O dirigente confirmou a presença de Marco Polo Del Nero
na CPI do Senado nesta quarta-feira. Segundo Feldman, o presidente licenciado
vai apresentar a sua defesa diante dos senadores para explicar as acusações
feitas pelo FBI.
Feldman também falou da indicação do presidente da
Federação Paraense, Antônio Nunes, o coronel Nunes, para ser candidato à
vice-presidência da CBF. Segundo o secretário-geral, o dirigente teria o apoio
de 12 clubes da Série A e dez da B.
- O presidente Nunes tem um abaixo assinado de quase toda
totalidade das federações. É uma manifestação do colégio eleitoral que escolhe
os seus representantes. Não me conste que nenhuma confederação do Brasil que uma
diretoria seja eleita com essa aceitação. Além da Série A, temos agora a Série
B. Essa é a estrutura de governança do futebol brasileiro. Se eles optam pelo
presidente Nunes é uma escolha que eles têm o direito de fazer. Não sou
eleitor, mas se a opinião da maioria do colégio, eu acompanho.
Antes da coletiva, Feldman fez um pronunciamento e citou
dois casos vividos pelo então governador Mario Covas. Nos anos 80, o político
viveu dois momentos de manifestação e afirmou que o Estado de São Paulo naquele
momento vivia um momento de transição. O dirigente fez tal preâmbulo para falar
do processo que vive a CBF com as alterações que têm sido feitas nos últimos
anos.
- Estou falando isso porque o Brasil lutou muito para ser
um país livre, com manifestações abertas, nas ruas. Qualquer manifestação no
Brasil hoje deve ser vista como um desejo de mudança e transformação. Para nós
não há problema em receber essa manifestação como a que ocorreu agora.
Feldman afirmou que convidou mais de uma vez o ex-jogador
Raí para comparecer à sede da CBF. Porém, segundo o dirigente, nunca viu o
convite ser aceito pelo ex-atleta do São Paulo e do Paris Saint-Germain.
- Formulamos vários convites ao Raí e aos ex-jogadores da
Seleção. O Raí se negou a vir. Considerou que não era oportuno. Ele perdeu uma
grande oportunidade de dizer o que acha e o que poderia mudar. Seria recebido
como todos. Estamos abertos a qualquer expressão de desejo de aperfeiçoamento,
como tem sido feito – revelou o secretário-geral.
Estava prevista para esta quarta-feira a eleição para a
escolha do novo vice-presidente da CBF. Porém, por conta de uma liminar
concedida pela Justiça, o pleito ainda não está confirmado. O departamento
jurídico da entidade está tentando cassar o agravo para que a assembleia ocorra
normalmente. O coronel Nunes seria candidato único para a vaga aberta após a
prisão de José Maria Marin.