Saúl exalta Filipe Luís na chegada ao Flamengo: "Na época de jogador, já era treinador"

Saúl Ñíguez foi apresentado oficialmente no Flamengo e afirmou que escolheu estar no clube, apesar de ter recebido outras propostas mais vantajosas da Europa. O jogador espanhol disse se sentir identificado com o Rubro-Negro e assina contrato por três anos e meio.

— Para mim não, é ao contrário. Quando se vê o Flamengo competir no Mundial de Clubes faz você se sentir orgulhoso de pertencer a esse clube. Os valores que tem o clube são muito importantes. Eu tenho a sorte de ter uma grande carreira e agora eu poderia estar onde quisesse. Estou aqui porque quero estar aqui. Não por outra coisa. Me sinto muito identificado com o clube, o Filipe, os companheiros, o que vi esses dias e de fora. Apesar de ter outras ofertas da Europa, inclusive economicamente melhores, decidi vir com a minha família e tentar dar um passo melhor. Não atrás, mas para frente — afirmou o jogador.

Saúl vai reencontrar Filipe Luís no Flamengo. Companheiros e admiradores de Diego Simeone, eles jogaram mais de quatro temporadas juntos e conquistaram quatro títulos. O meia esteve ao lado do ex-lateral até a vinda para o Rubro-Negro em 2019.

— É uma situação rara. Tenho uma relação muito boa com o Filipe, muito além de treino e jogo. Quando estávamos no Atlético de Madrid ele estava sempre sentado ao meu lado. No fim, se dá conta que o Filipe jogador já era treinador, porque tem as ideias muito claras. Era muito parecido com as conversas de hoje o que tem transmitido, a vontade de ganhar, a forma de jogar. É similar a quando jogava, o que queria fazer no campo. Temos as ideias muito claras. Ter uma pessoa como o Filipe vai me ajudar a ter o melhor rendimento e poder ajudar a equipe em tudo — afirmou.

— O Filipe no Atlético me ajudava muito. Às vezes não muito porque ele me dizia que poderia ser um bom lateral e eu não queria jogar lá. Mas ele dizia que eu tinha tudo para isso. Eu nunca quis jogar na lateral porque acredito que posso ajudar a equipe em outras posições. Mas o Filipe sempre tentava me ajudar, é uma pessoa com muita experiência no mundo do futebol, muitos treinadores, muitas ideias. Quando tem tantos treinadores diferentes, vai formando sua ideia e sabe por qual caminho seguir. A ideia que tem como treinador é muito parecida da que tinha como jogador. São coisas muito claras. Venho dar minha experiência, qualidade e ajudar o Flamengo como seja. Quando sentes tanto carinho, quer ser o melhor possível — completou.

Saúl Ñíguez é apresentado pelo Flamengo por José Boto — Foto: Emanuelle Ribeiro/ge

Saúl treinou nesta quinta e sexta-feira, quando conheceu os novos companheiros. O jogador teve contato com o técnico Filipe Luís hoje e agora aguarda para saber quando poderá estrear. Ele faz uma espécie de pré-temporada para recondicionamento físico. O nome dele ainda não foi regularizado no BID da CBF.

— Estou me preparando dia a dia para estar apto o mais rápido possível quando o Mister considerar. É verdade que venho de férias, uma pré-temporada individual, que não é a mesma coisa que fazer com a equipe. Espero estar pronto o mais rápido possível — admitiu.

Saúl é conhecido pela versatilidade e chega para ser uma espécie de novo coringa dentro do Flamengo após a saída de Gerson. Ele explicou onde se sente mais confortável, mas garantiu estar à disposição onde Filipe Luís precisar.

— Estou aqui para ajudar em tudo que o treinador e o clube me pedirem. A posição que fui considerado melhor é meio-campo ofensivo, mas posso jogar em muitas posições. Às vezes será favorável a mim e outras à equipe. Sempre priorizo o time antes do individual — disse.

Por que o futebol sul-americano

— É uma mudança muito grande na qual quero tentar me adaptar o mais rápido possível à competição, ao vestiário, ao Rio. É uma cidade que sempre me falaram maravilhas. Vou tentar me adaptar em todos os aspectos. Minha família está aqui há três dias e já está sentindo o carinho. Vamos tentar aprender português o quanto antes para poder nos comunicar da melhor forma possível e entender. É um objetivo para mim e minha família. Sair da Europa não é fácil. Quando uma equipe quando o Flamengo te chama só pode dizer que sim. É um clube gigante. Foi uma decisão relativamente fácil e muito pensada com a minha família.

Decisão de jogar no Flamengo

— A decisão foi relativamente fácil. Não falei com o Pablo Marí, nunca falei com ele. É verdade que quando estávamos no Atlético de Madrid o Filipe sempre me falava do Flamengo quando estava a ponto de vir. Comentava comigo a grandeza do clube. Quando me chamaram, não tive que pensar muito. São coisas muito positivas para mim. Conheço o treinador, é uma cidade muito boa, o clima, a comida, idioma parecido com o espanhol. Era a melhor decisão para seguir crescendo. Não precisei falar com muitas pessoas ou jogadores. Com o Filipe eu tinha falado muitas vezes antes, não nessas semanas. A primeira vez que falei com ele foi hoje. Na quinta mandei foto dos campos de treinamento e ele não respondeu a mensagem.

Mundial de Clubes influenciou?

— Não. É verdade que os clubes brasileiros fizeram um trabalho muito bom no Mundial, mas isso não influenciou na decisão. Segui muito o Flamengo porque o FIlipe Luís estava como treinador. Não tem nada a ver, tive muitos companheiros sul-americanos. Sei a qualidade e ambição que têm todos os atletas daqui. Estou em um momento que posso crescer no Flamengo porque vou competir contra os melhores. Isso se mostrou no Mundial de Clubes, competindo de igual para igual contra times europeus e estou orgulhoso de estar aqui. Estou seguro que o Flamengo e o futebol sul-americano como um todo podem competir com a Europa.

O que sabe do Flamengo

— Sou muito sincero, eu não tinha muito conhecimento do futebol brasileiro. No último ano do Filipe Luís no Atlético de Madrid ele começou a me falar do Flamengo e foi quando comecei a seguir um pouco. Tinha aqui o meu amigo e outros ex-companheiros vieram. Os horários com a Europa não são os melhores, então não segui muito, mas, como tinha amigos aqui, pouco a pouco fui vendo o futebol brasileiro. Tem amigos que não são só do futebol, como Filipe, Miranda, Diego Costa. São referências a nível futebolístico e pessoal, me ajudaram a crescer muito na carreira. Estou muito agradecido a eles.

Como está o Saúl

— O Saúl está muito bem. Sentindo saudades da minha esposa e filhos, por conta de uma gravidez não podem estar aqui. Agradecido pela família e amigos que estão me acompanhando para que não me sinta sozinho e seja mais fácil de me adaptar. O que espero do Flamengo é o que me dão. Carinho, trabalho, exigência. No dia a dia você fica contente de trabalhar, competir e aproveitar o futebol. Acho que estou no lugar ideal e é o que quero fazer.

Modelo de jogo do Flamengo

— O futebol se joga igual. O Atlético de Madrid joga de uma forma por um treinador, o Chelsea de outra, a seleção espanhola de outra, o Sevilla... há muitos estilos, todos válidos. O importante é conseguir os três pontos para a equipe. Sou um jogador que pode se adaptar a qualquer estilo de jogo. Posso pressionar alto, mais atrás. Tenho conceitos táticos bons graças aos treinadores que tive. Vou entender o jogo, o estilo do Filipe e tentar jogar da melhor maneira possível.

Adaptação física

— Não me surpreende. Quase toda a vida no Atlético de Madrid jogamos a cada três dias, com Copa, Liga e Champions. Na Inglaterra se jogam quatro competições. Em quase todos os times na minha carreira joguei a cada três dias. Me sinto bem fisicamente. Não tem problema de jogar em alto nível. Me encontro bem e em uma idade boa para render o máximo a cada três dias. Tem de descansar bem, treinar bem e comer bem.

Seria especial ganhar a Libertadores com o Filipe?

— Sim, claro. Para o Filipe e todos que viveram a final da Champions, no meu caso eu vivi duas. Quando está tão perto de ganhar algo tão grande, é muito doloroso, uma marca que fica por toda a vida. Acalma a dor ganhar em outras competições, com outros clubes. E se ganha com um amigo, é melhor.

Torcida do Flamengo

— O que vamos tentar é que não se mirem só resultados, mas o trabalho. Nos últimos anos no Atlético de Madrid tivemos uma união com a torcida porque se identificavam além do resultado. Acredito que temos o melhor treinador para isso, alguém que conhece os valores, o clube, a cidade, os torcedores. Vamos tentar dar o melhor e criar essa união. Logicamente todos queremos ganhar e estar no mais alto. Mas creio que temos de conseguir isso. É importante para os jogadores para que, quando venham os momentos ruins, a torcida nos ajude a sair. Neste momento o time está bem, ganhando. O Filipe só perdeu quatro ou cinco jogos, uma dinâmica boa. Mas haverá momentos ruins e temos de estar juntos. É assim na Europa ou qualquer lugar. Isso começa a trabalhar desde o campo, dando exemplo, trabalhando mais, contagiando o que transmitimos dentro de campo aos torcedores.

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Fonte: Globo Esporte
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