Há duas formas de analisar a significativa vitória do Flamengo sobre o Palmeiras, por 2 a 0, ontem, no Allianz Parque. A racional, mais fria, nos leva a tratar o resultado com certa naturalidade. Afinal, embora viva momento instável na temporada, o elenco rubro-negro, acostumado a jogos grandes, consegue ir bem fora de casa contra o principal rival no âmbito nacional. Nas últimas oito partidas, foram cinco empates e três vitórias. A última derrota como visitante para o alviverde no Brasileirão foi em 2017. Por outro lado, a emocional talvez seja capaz de transmitir com mais fidelidade a maneira que o resultado foi construído.
Com o resultado, o Flamengo chegou aos 21 pontos, na segunda posição, e encurtou a distância para o líder Palmeiras para um.
— Preparar esses tipos de jogos com o nosso elenco é das (tarefas) mais fáceis. Para mim, para que eu possa preparar para um jogo contra o Palmeiras, um jogo grande na Libertadores, uma final contra o Fluminense, é mais fácil. O atleta está muito mais ligado, concentrado, e essas partidas são para grandes jogadores. Eles aparecem, crescem, fazem as suas melhores versões dentro do campo. Esses são os jogos mais gostosos de fazer preparação — valorizou Filipe Luís.
Bronca com a arbitragem
Por serem duas equipes com nomes importantes, bem treinadas e com estilos de jogo conhecidos pelos respectivos treinadores, Flamengo e Palmeiras fizeram um duelo truncado, sem muitos espaços e com muitos embates físicos. Isso fez com que a partida fosse mais disputada — com muitas reclamações de ambos os lados — do que técnica.
Nesse sentido, brilhou a estrela de um argentino que tem fortalecido cada vez mais a relação com o rubro-negro e seus torcedores. Apesar de ter sido pouco exigido na partida, o goleiro Rossi foi fundamental para a vitória do Flamengo ao defender pênalti cobrado por Piquerez na primeira etapa e bola à queima-roupa de Flaco López nos minutos finais do segundo tempo.
A defesa do argentino na penalidade, por sinal, aliviou um pouco a reclamação por parte do Flamengo. Os jogadores argumentaram com o árbitro Ramon Abatti Abel que Varela estava fora da área quando a bola tocou na mão do lateral. De nada adiantou.
Já na segunda etapa, a reclamação mudou de lado. Quando o Flamengo estava melhor na partida, Arrascaeta driblou Murilo e foi segurado pelo zagueiro do Palmeiras. Pênalti marcado com o auxílio do VAR. O camisa 10 cobrou e marcou seu oitavo gol no Brasileirão, se isolando na artilharia da competição.
— Ramon estava a um metro e mandou seguir. Murilo usou o corpo dele para proteger. Ramon teve a coragem de deixar seguir, mas a pressão externa é tanta que o VAR chama e reforça com as imagens. Isso se chama amadorismo. Estamos dando nosso melhor todos os dias. Não pode acontecer. As regras estão para se cumprir e hoje (ontem) foi claramente um jeitinho brasileiro — disparou João Martins, auxiliar que comandou o Palmeiras à beira do gramado no lugar do suspenso Abel Ferreira.
— Ele com o braço me freia. Caso contrário, eu ia ficar sozinho na cara do gol com o Weverton. Quando coloca a mão, eu perco o tempo da bola. Para mim foi pênalti — disse Arrascaeta.
No fim, quando a equipe alviverde se lançava ao ataque em busca do empate, o Flamengo ainda ampliou com Ayrton Lucas, após ótima jogada do jovem Wallace Yan, cria da base rubro-negra.
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