Ronaldinho se notabilizou por ser um jogador absurdamente técnico, imbatível no 1 a 1, capaz de criar jogadas espetaculares e dribles desconcertantes. Nos últimos anos, no entanto, Gaúcho tem aparecido nas manchetes por outros motivos: problemas com a Justiça.

Antes do inacreditável episódio no Paraguai, o ex-jogador colecionou problemas e alguns processos.

O último deles continua sem um desfecho, fazendo com que ele siga preso em uma penitenciária no dia em que comemora 40 anos. Ganhará até um churrasco dos outros companheiros de detenção .

Veja abaixo os problemas de Ronaldinho com a Justiça:

Carteira de habilitação falsa

Em 2001, Ronaldinho foi acusado de apresentar uma carteira falsa de habilitação. O documento teria sido forjado em Joinville, Santa Catarina. O valor pago por ele seria de R$ 400. Ele admitiu ter comprado a carteira sem passar pelos exames. Ao colaborar com o caso, teve como pena apenas a apreensão do documento.

Sem habilitação

Ronaldinho foi multado em R$ 842,32 em junho de 2001, após ser flagrado dirigindo sem habilitação e com o licenciamento de seu veículo vencido.

Convênios do Instituto Ronaldinho

A Câmara Municipal de Porto Alegre abriu uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) em 2012 para investigar convênios do Instituto Ronaldinho com a prefeitura de Porto Alegre. Por 5 votos a 2, o processo foi arquivado. A avaliação é que não houve fraude, e sim erros nos documentos apresentados na prestação de contas.

Crime ambiental e passaporte apreendido

Em 2015, Ronaldinho, seu irmão, Roberto de Assis, e a empresa Reno Construções e Incorporações foram condenados por dano ambiental. A sentença da Justiça determinou a remoção de um trapiche, com plataforma de pesca e ancoradouro, localizado no Rio Guaíba, em Porto Alegre. A multa foi de R$ 800 mil.

O acordo não foi cumprido, e o valor não foi quitado. Três anos depois, a dívida chegou a R$ 8,5 milhões, e a Justiça pediu a quebra de sigilo bancário de Ronaldinho e Assis. Foram encontrados apenas R$ 24,26 em suas contas. A análise mostrou ainda que não havia bens nos nomes dos irmãos.

O Ministério Público ordenou uma operação de busca e apreensão na casa da família Assis, em Porto Alegre. Obras de arte, dois automóveis BMW e outro Mercedes foram apreendidos. Em novembro de 2018, ainda como parte do não-pagamento da multa por dano ambiental, os passaportes da dupla foram apreendidos e só evolvidos a eles em setembro de 2019, após pagamento de R$ 6 milhões, valor ainda referente à multa por dano ambiental.

Caça-níqueis

Em 2017, o nome de Ronaldinho apareceu mais uma vez. Em 25 de setembro, a casa de entretenimento Winfil, em Porto Alegre, foi impedida de abrir suas portas. Lá foram encontradas mais de 400 máquinas caça-níqueis, atividade ilegal no Brasil. O prédio de 5,6 mil metros quadrados era de propriedade de Assis e foi alugado a representantes brasileiros do grupo catalão Pefaco, que opera cassinos pelo mundo.

Acusação de pirâmide

A empresa 18kRonaldinho, que tinha o ex-jogador como um dos sócios, foi alvo de ação civil coletiva e se tornou réu no processo, com pedidos de R$ 300 mil em danos morais. A empresa dizia fazer marketing multinível e foi acusada este ano pelo Ministério Público de praticar pirâmide, considerado crime de ordem financeira. Ao saber da acusação, Ronaldinho se desligou do quadro societário e disse também ser vítima.

Passaporte falso no Paraguai

O que era para ser uma passagem de três dias pelo Paraguai já entra em sua terceira semana - e contando. Ronaldinho chegou a Assunção em 4 de março para participar de eventos com crianças, o lançamento de um livro e a inauguração de um cassino, mas, ao lado de Assis, entrou no país vizinho com passaportes falsos.

A situação levou ambos à prisão preventiva desde sábado, dia 7 de março - eles estão detidos na Agrupación Especializada, de alta segurança, na capital paraguaia. A empresária Dalia López, responsável por levar o “Bruxo” ao país e provavelmente a testemunha que o ajudaria no caso, está foragida da Justiça .