O título do Campeonato Carioca de 2021 encheu Rogério Ceni de orgulho, mas o técnico do Flamengo começou a pensar no futuro: tanto a curto quanto a longo prazo. Ao mesmo tempo em que lamentou os desfalques que terá no mês de junho, com jogadores a serviço de seleções, o técnico voltou a falar da necessidade de reforços e já traçou o objetivo de tentar o inédito tetra carioca em 2022.
- Muito feliz, primeira vez que jogo um Carioca, fico contente de dar esse presente ao torcedor que queríamos hoje aqui, seria uma grande festa. Tentar um tetra em 2022. É uma sexta oportunidade de tentar chegar a um tetra, quem sabe? Seguir nesse ritmo e conseguir quem sabe mais títulos nessa temporada - disse o treinador após a vitória por 3 a 1 sobre o Fluminense no Maracanã.
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Rogério Ceni exibe medalha de campeão carioca — Foto: Cahê Mota
No curto prazo, Ceni demonstrou preocupação com o mês de junho. O técnico não poderá contar com seis jogadores: Gabigol, Everton Ribeiro, Isla, Arrascaeta, Pedro e Gerson. Este último ainda está envolvido em uma negociação com o Olympique de Marselha e pode deixar o Flamengo definitivamente.
Por isso, o técnico voltou a ressaltar a necessidade de reforçar o elenco rubro-negro para a sequência da temporada.
- Estamos com alguns problemas para junho, com alguns jogadores de fora. Não sei o desfecho da situação do Gerson. Acho que vamos passar um mês difícil. Com muitos jogos e pouco tempo para recuperar. O elenco é enxuto, estamos tentando conversar para ver se consegue neste período ter um ou outro jogador para reforçar o elenco.
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Ceni é comemorado pelos jogadores após conquista do Carioca — Foto: André Durão
Um reforço caseiro que Ceni projeta ter em julho é Thiago Maia, volante que ainda se recupera de uma grave lesão no joelho. Como a janela de atletas vindos do exterior se encerra neste domingo e só reabre em agosto, o técnico se contenta em buscar jogadores no mercado brasileiro.
- Mesmo que não consiga trazer jogador caro, mas que consigamos, dentro do mercado nacional, achar alguém que possa suprir, compensar a ausência ou em alguma outra posição que a gente precise. O Thiago Maia acho que no mês de julho temos possibilidade de tê-lo. Tomara que volte bem.
Confira outras respostas de Rogério Ceni na coletiva:
Situação de Gerson e possibilidade de saída de outros jogadores
- Eu converso com o Marcos (Braz) e o Bruno (Spindel) todos os dias. Pedir eu peço e peço mais uma vez agora, através de vocês (jornalistas).
- Gostaria muito de manter o Gerson. É uma questão que foge do controle do treinador. Não sou um treinador de clube europeu pedindo o Gerson, sou um treinador tentando manter um atleta que faz a diferença para mim.
- Eu acho que o Flamengo não vai se desfazer de tantos grandes jogadores ao mesmo tempo, mas se acontecer a saída de um jogador nós vamos tentar (repor).
João Gomes
- Ele é um menino do bem, muito bom. Um dia falou para mim: "Antes de você chegar aqui, eu só era mais um. Hoje, eu me sinto especial". Deve ter algum significado para há seis meses ele falar isso. Ser coroado com o último gol do campeonato... Para mim, fico feliz.
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Diego Alves, Rogério Ceni e Gabriel Batista após a conquista do Flamengo no Carioca 2021 — Foto: Marcelo Cortes/Flamengo
Discussão entre Diego e Gabigol no intervalo
- Não discutiram em absolutamente nada. Em nenhum momento em nível de discussão, e sim motivação. Nos últimos dois Fla-Flus começamos bem, em ritmo bom, amassamos, fizemos gol, perdemos o primeiro jogo de virada. No último, levamos gol e empatamos. Foi uma das coisas que mais trabalhamos. Mentalizar que tínhamos que voltar bem para o segundo tempo.
- Acho que o time teve um comportamento melhor do que nos outros clássicos. Se conseguimos fazer um bom primeiro tempo, em cima do adversário, o objetivo é fazer o segundo gol, o terceiro gol, é jogar marcando pressão, em linha alta. Esse time não é um time que sabe jogar muito bem sem a bola, mas sabe jogar muito com a bola, tem muito talento. Hoje, acho que o time encarnou esse time um pouco mais, teve mais tempo de pressão no adversário.
Foco nas conquistas
- Fazer com que eles desejem e estejam dispostos a entregar o máximo. Todo mundo quer ser campeão. O segredo é o que você está disposto a entregar por isso, o que você está disposto a abrir mão por isso. É um grupo bom de trabalho, de amizade, de cobrança. É todo dia buscando uma melhora, nem que seja pequena, mostrar vídeos, grandes profissionais, os atletas mais velhos têm uma postura, uma conduta que faz com que os mais jovens sigam. Isso é muito importante para uma equipe.
Libertadores
- Viemos de uma sequência boa, vencemos a grande maioria dos jogos, time com a classificação encaminhada, hoje fizemos um bom jogo, na quinta finalizamos a primeira fase da Libertadores.
A história dos Fla-Flus
- Importante é viver no Maracanã o sabor de um Fla-Flu. Claro que com a torcida seria muito mais especial, mas a gente entende o valor histórico disso. Não é só o título carioca, é a vitória em um clássico, que tem sua história contada ao longo dos anos. Dar uma nova oportunidade de pela primeira vez, na história, poder conquistar um tetra. Acho que tem um significado histórico.
- Estar aqui é sinônimo de jogar para vencer sempre. A pressão existe, mas entendo completamente. Quero que tenham a certeza que, como profissional, sou um cara muito dedicado naquilo que faço. Eu jamais deixaria de fazer o melhor pelo Flamengo. Hoje fico feliz por mais um título conquistado.
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Ceni segura Gabigol em Flamengo x Fluminense, final do Carioca 2021; à esquerda, Yago Felipe e Fred — Foto: André Durão
Pressão, críticas e escolhas
É título, é Flamengo. Não há coisa mais nobre do que ser campeão, levar a medalha para casa, levar o troféu. Ser campeão pelo Flamengo é sempre especial. Eu faço minhas escolhas, por exemplo quando coloco o Léo Pereira. Ele teve a formação toda na base da seleção na lateral e eu sei que ele tem potencial para construir jogo, como o Filipe Luis. São escolhas que faço pautadas no dia a dia.
- Eu entendo os torcedores, as críticas, mas ali o resultado não veio pela expulsão (contra a LDU). A gente sempre tenta extrair o melhor de cada jogador. Eu não vivi a história do Maracanã, mas como profissional sou muito dedicado. Eu deixo a vida no lugar onde estou trabalhando. Faço meu melhor para tentar fazer o Flamengo vencedor a cada dia.
Gabigol, o craque do Carioca
- Pelo que ele vem jogando em todas as competições, acho que é merecido o prêmio para ele. Uma bela assistência para o pênalti, fugindo um pouco da característica dele. Acho que ele é um personagem do futebol.
- O Flamengo tem seu ídolo maior e indiscutível, que é o Zico, mas ele, como personagem, como artilheiro, tem uma simpatia muito grande do torcedor. É garoto, consegue ser feliz, alegre, extravasar, que é o que o torcedor gosta. É um menino extrovertido, que não gosta de ser substituído. Às vezes reclama, mas no dia seguinte está tudo bem. Eu era chato como jogador, sei como é, temos que ter paciência, e depois começa, trabalha tudo de novo e vai para a próxima.
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— Foto: Divulgação