Ainda não foi desta vez que o técnico Rogério Ceni venceu a primeira partida diante do Flamengo . Na noite deste sábado, o Bahia perdeu por 1 a 0 , e o treinador ampliou o jejum diante da equipe carioca para 16 partidas. Arrascaeta anotou o gol do confronto válido pela oitava rodada da competição (assista acima aos melhores momentos).
Em campo, Rogério Ceni fez uma série mudanças na escalação do Bahia de olho no jogo desta quarta-feira, contra o Atlético Nacional, pela Libertadores.
- As escolhas têm relação com quarta-feira e com o elenco que foi montado. Não seria fácil com o Flamengo aqui de maneira alguma. A gente teve a lesão do Ademir, os dois laterais-direitos estão machucados, o Erick suspenso, e o Nico já tinha jogado como lateral. Acho até que ele fez a função bem. O Rezende entrou no meio de campo para o lugar do Nico e nos ajudou com a altura. E hoje com o Lucho para tentar ter mais energia e pressionar um pouco mais. No começo do jogo suportamos bem a pressão, com exceção do lance do gol. Fomos apertados na saída de jogo, tentamos bolas longas, acho que fomos nos acertando dentro do jogo. Uma pena, um jogo importante, assim como também serão os próximos - disse Ceni na entrevista coletiva.
"Pela primeira vez na temporada perdemos dois jogos seguidos, mas tivemos que arriscar para ter o time melhor fisicamente na quarta-feira", completa.
Rogério Ceni também comentou o incômodo jejum contra o Flamengo, com 16ª derrota em 16 jogos como técnico diante dos cariocas.
- (Incomoda) muito. Incomoda bastante sim. É extremamente desagradável. Mostra a força que o Flamengo tem. Incomoda qualquer profissional não vencer. Vamos trabalhar para no jogo de volta colocar fim nessa estatística.
O jogo contra Atlético Nacional está marcado para as 19h (de Brasília) desta quarta-feira, na Colômbia. O Bahia lidera o seu grupo e pode se classificar antecipadamente se vencer a partida.
Rogério Ceni no Maracanã para Flamengo x Bahia — Foto: Letícia Martins/EC Bahia
Lucho em má fase
- Acho que é um jovem, tem 21 anos. Vinha realmente muito bem, acho que é natural essa oscilação. É um menino que trabalha muito todos os dias, a ausência do gol é que chama atenção.
Vamos ter calma, é um garoto, um pouco de paciência
. É um cara que a gente acredita muito. Quando ele fizer o próximo gol as coisas vão voltar ao normal. É um cara que não deixa de lutar nunca, as coisas vão voltar ao normal.
Não aproveitou a expulsão no final
- O árbitro segurou muitos minutos no chão e não teve coragem de dar mais minutos depois de levantar a placa. Mais ou menos 60% desse tempo foi de jogo parado. E também porque quando teve a expulsão a gente não tinha mais trocas. Os jogadores estavam cansados. Até tivemos uma escapada, uma finalização, mas depois de correr 85 minutos atrás do Flamengo a gente já estava cansado. Aí
ainda tem o lance do VAR que dá aquela esfriada no jogo, que é tradicional quando quando precisa aqui no Maracanã.
Dá aquela tranquilizada. Depois o jogador cai, e o juiz não dá mais acréscimo, tudo dentro dos padrões como é.
Comportamento tático do Bahia
- Juba joga de lateral-esquerdo. Jean joga de volante pela esquerda, e o Iago foi atacante pela esquerda. Então faz sentido estar os três próximos pelo lado esquerdo. Estranho seria um deles pelo outro lado. Hoje foi um lado mais forte nosso, de projeção para chegar na frente. Dentro de nossa ideia era ter mais triangulações por ali. Mas sobre os três estarem do lado esquerdo, está de maneira correta, foi assim que escalamos.
Calendário do futebol brasileiro
- Nós estamos jogando desde o dia 23 de janeiro sem nenhuma folga de meio ou fim de semana. Tivemos Pré-Libertadores e Copa do Nordeste. Infelizmente temos que cumprir calendário de televisão. Quem paga o futebol é a TV. Não importa muito para quem transmite se o jogo é de qualidade, se o gramado é de qualidade. O que importa é ter o jogo para transmitir. Então o que a gente tenta é qualificar o elenco, o que gera um custo maior para os clubes. Tentamos atender as confederações, que são quem pagam os salários. Estamos trabalhando para encontrar times, rodar os jogadores e tentar diminuir as lesões. O Flamengo hoje perdeu dois jogadores no primeiro tempo.
Elenco do Bahia é curto?
- Que carro você anda todo dia? A vida é desse jeito. Arrecadação e gasto. Todo mundo queria ter os melhores jogadores, mas é a lei da vida. Cada um gostaria de morar em uma casa melhor, maior.
Eu não acho que o elenco é curto. Acho que as lesões atrapalharam.
Você nunca pensa que vai perder todos da mesma posição. Perder os dois laterais e o terceiro jogador que faz a função estar suspenso. A tendência é a cada ano crescer. Não é possível crescer de uma hora para outra. Às vezes ter um jogador de melhor qualidade, dois ou três a mais, pode valer 30 ou 40 milhões de euros. Será que a gente arrecada hoje para ter esse custo a mais? Aqui as pessoas tentam fazer as coisas de maneira equilibrada.
- Estamos trabalhando, tentando ter energia para cada jogo. Colocamos mais energia para o jogo de quarta-feira, o que não é garantia que vamos vencer. Uma viagem de 6h30, depois volta, tem jogo contra o Vitória. Eu gostaria de ter uma casa melhor, mais tempo livre, passear mais. Mas tudo tem seu tempo. Não é o elenco que é curto. Uma posição ou outra pode faltar alguma coisa, que com o tempo vai ser corrigido. Não dá para fazer tudo ao mesmo tempo.
Por que Kauã Davi não joga mais?
- É um menino nota dez, trabalha todos os dias. Na minha opinião o Erick me entrega mais que ele. Gilberto e Arias, que são da posição, também. O Nico, com mais experiência, está mais preparado para esse jogo. Se eu coloco um garoto contra o Flamengo aqui todo mundo iria reclamar também. O Kauã é um menino bom, precisa de mais tempo, é uma avaliação que fazemos diariamente. Nico nos ajudou bastante, foi uma adaptação, assim como seria o Kauã.