Rodrigo Caio classifica o Flamengo em noite de redenção diante de velho rival

Há pouco mais de dois anos, um jogo contra o Corinthians ajudava a mudar o rumo da carreira de Rodrigo Caio. Ao admitir para o árbitro que fora ele o responsável por pisar o goleiro Renan Ribeiro, do São Paulo, clube que defendia, Caio fez o árbitro retirar o cartão dado por engano a Jô.

A honestidade, um tanto contracultural no futebol, tornou Rodrigo Caio marcado: o gesto, junto a seu porte físico, passaram a compor uma imagem de fragilidade, fosse ela física ou de caráter competitivo. Uma clara distorção. Sua vida no Morumbi tornou-se difícil, mas o Maracanã o fez justiça ontem, com o gol da vitória do Flamengo sobre o mesmo Corinthians, por 1 a 0, repetindo o placar do jogo de ida. O adversário nas quartas da Copa do Brasil será apontado em sorteio.

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O clássico confirmou o que vem sendo o 2019 de Rodrigo Caio. À qualidade técnica uniu valentia para ganhar duelos, inclusive quando o Corinthians, necessitado da vitória, acumulou atacantes de porte físico. Atuação coroada com o gol, a cinco minutos do fim, após cruzamento de Éverton Ribeiro, líder técnico deste Flamengo.

RALF ACERTA TRAVESSÃO

Mas é fato que a necessidade de vencer fez o Corinthians se abrir no segundo tempo e ajudar o Flamengo a resolver um jogo duríssimo. Em boa parte do primeiro tempo, o rubro-negro foi dominado por um rival bem inferior em valores individuais.

Por 20 minutos, enquanto ocupou o campo rival, o Flamengo dominou. Mas não criou. E o Corinthians passou a impor imensa dificuldade ao marcar a saída de bola rubro-negra: o bom Júnior Urso juntava-se a Vagner Love e bloqueava opções de passe. A bola sempre voltava ao domínio corintiano. Clayson chutou uma bola com perigo e Ralf acertou o travessão. Mas faltava infiltração ao Corinthians.

O Flamengo teve suas oportunidades perto do intervalo: Cássio abafou infiltração de Gabigol após espetacular passe de Arão e defendeu cabeçada de Éverton Ribeiro, até que o segundo tempo mostrou um Flamengo que marcava mais na frente, era agressivo. Mas o time não tinha a capacidade de articulação do jogo com o Fortaleza. Entre outras coisas, porque enfrentava um rival mais sólido. Com a bola, faltavam ideias. Levou perigo num córner que Bruno Henrique cabeceou na trave.

Aí o jogo mudou. Precisando do gol, Fábio Carille colocou Gustavo e Boselli e terminou a partida quase num 4-2-4. Como seu time não articula tanto, buscava um jogo mais direto. Love levou perigo duas vezes e o Flamengo, sem saber se defendia a área ou tentava reter a bola, viveu momentos difíceis. Mas espaços surgiram. Numa escapada, surgiu uma falta e o lance do gol de Rodrigo Caio, só confirmado após checagem pelo VAR.

Fonte: O Globo
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