Robson de Oliveira revelou como foram seus dias presos na Rússia depois de retornar ao Brasil, encerrando pesadelo iniciado em 2019. Ex-motorista do jogador Fernando, ex- Grêmio e seleção brasileira , ele foi detido por entrar no país europeu com um remédio proibido.
Robson ficou preso por mais de dois anos após tentar ingressar na Rússia com caixas de Mytedon (cloridrato de metadona), medicamento que é legalizado no Brasil, mas proibido em território russo. Os remédios seriam para o sogro do meio-campista, William Pereira de Faria.
Em entrevista à “TV Globo”, Robson chegou relembrou como foi a prisão, depois de ter sido detido na chegada ao país e liberado posteriormente.
“Estava lavando a louça do café da manhã deles (Fernando e sua esposa), e perguntaram se eu estava pronto para a 'primeira missão', de ir na polícia. Eu não me preocupei em momento algum com essa ida... Pensei, posso até responder alguma coisa lá, mas o dono do remédio está aqui... Achei que estava saindo da história, mas estava só entrando...”
Os dias de Robson foram sofridos. “Era complicado. Houve vários pedidos de soltura e nunca houve nem um mais ou menos da promotora. Era sempre não... Nos primeiros dias, só bebia água e dormia, por causa do fuso horário. Uns sete dias sem comer nada. Só bebia água, dormia... E chorava. Quando estava acordado, estava chorando...”
“O sentimento é uma coisa, mas o pensamento era só sair dali. Só sair... Independentemente do que estava sentindo, só queria sair. Nunca perdi a esperança. Eu era inocente.”
Torcedor do Flamengo , Robson realizou o sonho nesta semana de conhecer o clube. Quando foi preso, o clube ainda não havia conquistado a Conmebol Libertadores , mas o brasileiro teve chance de assistir a um trecho da final. Só não os gols decisivos de Gabigol...
“Por acaso colocaram em um canal de esportes, vi a chamada do jogo. Percebi que era Flamengo e consegui convencer eles a ver o jogo. Terminou o primeiro tempo, veio a ordem para desligar a televisão. Só consegui ver o primeiro tempo, 1 a 0 para o River Plate .”
“Me falaram do Jorge Jesus, mas quando viajei o técnico era o Abel Braga. Gabigol estava chegando, Bruno Henrique, Arrascaeta... Lateral era o Rodinei, não vi o Rafinha... Não vi Filipe Luís, não vi Gerson... (Visitar o Flamengo) Foi emocionante demais, situação que nunca pensei que fosse viver...”