Rivellino critica falta de '10' no Brasil e exalta Arrascaeta em entrevista

Roberto Rivellino, ex-jogador da seleção brasileira e ícone do Corinthians, comentou sobre a escassez de meio-campistas clássicos no futebol brasileiro em entrevista à ESPN. Segundo Rivellino, a falta de jogadores com características de "10" tem sido notável, e ele destacou que, se Rodrigo Garro e Arrascaeta fossem brasileiros, a seleção estaria em uma posição mais confortável neste setor.

Rivellino descreveu Arrascaeta como "um jogador pensante, tem um toque de bola diferente", ressaltando a importância de sua habilidade e visão de jogo. O uruguaio, que atualmente veste a camisa 10 do Flamengo, herdou a numeração após a saída de Gabigol, e é visto como um dos poucos que ainda mantém as características de um meio-campista criativo.

Por outro lado, Rivellino não poupou críticas a Lucas Paquetá, afirmando que o jovem jogador "não desempenha bem o papel de meio-campista". Ele questionou a polivalência que muitos jogadores modernos possuem, dizendo: "Infelizmente hoje temos o Paquetá e eu não sei do que ele joga, se joga de ponta, no meio... No fim, ele acaba não jogando nada!" Essa análise leva a uma reflexão sobre a evolução do futebol, onde as funções têm se tornado cada vez mais difusas.

A importância da individualidade

O ex-jogador também enfatizou que, embora o futebol atual valorize o coletivo, a individualidade é crucial. "Hoje fala muito no coletivo. Eu gosto do coletivo, o coletivo está em primeiro lugar, mas você tem que ter a diferença." Para Rivellino, a habilidade individual pode ser o fator decisivo em um jogo, algo que tem faltado em muitos jogadores contemporâneos.

Rivellino fez referência a Rodrigo Garro, que vestiu a camisa 10 do Corinthians em 2024, mas teve que ceder a numeração a Memphis Depay em 2025. Essa situação ilustra a transição e o desafio enfrentado por jogadores que tentam se destacar em um cenário cada vez mais competitivo e com funções menos definidas.

Reflexão final

A análise de Rivellino traz à tona uma discussão importante sobre a carência de jogadores com características típicas de meio-campistas clássicos no Brasil. Enquanto o futebol evolui e se adapta a novas demandas táticas, a necessidade de jogadores que possam fazer a diferença com habilidade e criatividade continua sendo um tema relevante. A visão do ex-jogador serve como um lembrete sobre a importância da individualidade em um esporte que, em sua essência, ainda valoriza os momentos de genialidade.