Relembre outros momentos que o Flamengo apostou na 'solução caseira' como técnico da equipe

Por entender que o trabalho de Tite havia entrado em um ponto de estagnação, o Flamengo optou pela demissão do treinador na manhã desta segunda-feira. Por conta disso, o rubro-negro vai seguir um caminho já conhecido pelo torcedor para escolher o comandante até o final da temporada: a solução caseira, que dessa vez atende pelo nome de Filipe Luís.

Campeão da Libertadores como jogador, o ex-lateral-esquerdo estava no comando do time sub-20 do Flamengo e foi alçado ao posto de treinador do time profissional e terá a primeira experiência da curta carreira de técnico até aqui. O roteiro é semelhante ao de alguns nomes na história do Flamengo. Relembre:

Paulo César Carpegiani

Com uma história semelhante a de Filipe Luís, Carpegiani se tornou técnico do Flamengo de forma interina justamente pouco tempo após se aposentar dos gramados. O então volante chegou ao Flamengo em 1977 e permaneceu até 1981, quando aos 31 anos, com uma lesão no joelho, pendurou as chuteiras. De início, ele foi acomodado no Flamengo como treinador da equipe sub-20 e assistente do técnico Dino Sani, para pegar quilometragem. Mas, logo em seguida, assistiu à queda de seu chefe, primeiramente anunciado como interino do time, e logo depois sendo efetivado.

Carpegiani estreou no comando do Flamengo em julho de 1981, e dali em diante, foi uma trajetória de sucesso relâmpago. Foi campeão Estadual, da Libertadores e Mundial em cinco meses. Em 1982, ainda liderou o clube no segundo título do Flamengo no Campeonato Brasileiro. Em 1983, foi treinar o Al-Nassr, na Arábia Saudita.

Carpegiani conversa com Zico semanas antes do título Mundial em Tóquio — Foto: Sebastião Marinho/Agência O GLOBO
Carpegiani conversa com Zico semanas antes do título Mundial em Tóquio — Foto: Sebastião Marinho/Agência O GLOBO

Andrade

Ídolo como jogador, Andrade foi auxiliar técnico durante boa parte de sua passagem pelo Flamengo, alternando momentos como interino até ser efetivado em 2009, após a demissão de Cuca. Naquele ano, Andrade mostrou um bom desempenho como interino e foi escolhido para comandar a equipe no Brasileirão a partir de agosto. O ex-jogador levou o rubro-negro para o título brasileiro e foi o técnico do time até abril de 2010, quando foi demitido.

Andrade - Flamengo — Foto: Fernando maia / Agência O Globo
Andrade - Flamengo — Foto: Fernando maia / Agência O Globo

Rogério Lourenço

Após a demissão de Andrade, o Flamengo buscou novas opções no mercado e acabou apostando mais uma vez em outra solução caseira. O rubro-negro efetivou Rogério Lourenço, que trabalhava como auxiliar de Andrade.

Jogador do clube nos anos 80 e 90, Rogério já havia treinado nas categorias de base do Flamengo e da Seleção Brasileira. Lourenço, ainda como interino, classificou o rubro-negro na Libertadores nas oitavas de final contra o Corinthians e garantiu sua efetivação. No entanto, foi eliminado nas quartas, e Rogério só ficou no cargo até agosto.

Rogério Lourenço - Flamengo — Foto: Jorge William / Agência O globo
Rogério Lourenço - Flamengo — Foto: Jorge William / Agência O globo

Jayme de Almeida

Jogador do Flamengo nos anos 70, Jayme de Almeida retornou ao clube como auxiliar técnico de Vanderlei Luxemburgo em 2010. Jayme assumiu o comando do Flamengo após o pedido de demissão do técnico Mano Menezes em 2013 de forma interina em uma situação delicada: na 15º posição do Brasileirão, apenas dois pontos na frente da zona de rebaixamento.

Jayme foi efetivado pelo Flamengo antes de um clássico pelas quartas de final da Copa do Brasil, contra o Botafogo, e a manutenção do treinador surtiu efeito: o rubro-negro foi campeão do torneio e o técnico teve seu contrato renovado até 2015. No entanto, em 2014, mesmo após um título carioca, Jayme teve um início de Brasileirão ruim, que aliada a eliminação na fase de grupos da Libertadores, culminou na sua demissão.

Jayme de Almeida - Flamengo — Foto: Marcos Tristão / O GLOBO
Jayme de Almeida - Flamengo — Foto: Marcos Tristão / O GLOBO

Ze Ricardo

Com um grande desempenho nas categorias de base do Flamengo - com títulos do Carioca e da Copa São Paulo - Zé Ricardo foi alçado ao posto de técnico interino do profissional em maio de 2016 quando Muricy Ramalho deixou o clube por problemas de saúde. Pouco menos de dois meses depois, foi anunciado como treinador efetivado para a temporada, e levou o Flamengo até a 3ª colocação do Brasileirão daquele ano.

Em 2017, foi o treinador do título do Campeonato Carioca de forma invicta, com o melhor ataque e defesa da competição. No entanto, a eliminação na fase de grupos da Libertadores e uma sequência de sete jogos sem vencer no Campeonato Brasileiro, fizeram Zé Ricardo ser demitido em agosto daquele ano.

Zé Ricardo - Flamengo — Foto: JUAN MABROMATA / AFP
Zé Ricardo - Flamengo — Foto: JUAN MABROMATA / AFP

Maurício Barbieri

Antes de Filipe Luís, a última aposta de solução caseira no Flamengo foi Maurício Barbieri. Contratado no início de 2018 para ser auxiliar de Carpegiani, Barbieri assumiu o cargo como interino após a demissão de Carpegiani com a eliminação na semifinal do Campeonato Carioca.

Barbieri teve um início de trabalho com um sucesso repentino, principalmente quando deu confiança a um jovem Vinícius Júnior para ser titular e colocou o Flamengo na liderança do Campeonato Brasileiro na parada para a Copa do Mundo. No entanto, uma forte queda de rendimento após a Copa, e as eliminações na Libertadores e na Copa do Brasil fizeram a diretoria rubro-negra demitir o treinador.

Maurício Barbieri - Flamengo — Foto: MAURO PIMENTEL / AFP
Maurício Barbieri - Flamengo — Foto: MAURO PIMENTEL / AFP
Fonte: O Globo