A torcida do Flamengo perdeu um de seus maiores ídolos nesta segunda-feira. Adílio, que se eternizou com a camisa 8 rubro-negra, não resistiu a um câncer no pâncreas, condição que teve piora nos últimos meses, e faleceu aos 68 anos de idade. Um dos pilares da equipe mais vitoriosa da história do clube, o ex meio-campista marcou um dos três gols do título Mundial, em 1981.
O rubro-negro estava à uma partida da conquista mais importante de sua história. Pela frente, a equipe comandada por Carpegiani teria o Liverpool-ING, campeão europeu na época. Nunes já havia aberto o placar para o Flamengo e, em seguida, Adílio aumentou a vantagem no marcador: Zico cobrou falta na entrada da área, Lico tentou aproveitar o rebote do goleiro Grobbellar e a bola sobrou para o ex- camisa 8, que completou para o gol.
Nos seus 12 anos de profissional no Flamengo, este não foi o único gol que Adílio fez em uma final de campeonato. Dois anos após o título Mundial, ele voltaria a marcar em uma partida que valia título. Na ocasião, o meia fez o gol que completou o 3 a 0 em cima do Santos, na decisão do Brasileirão.
O última gol de Adílio na final é marcante não só por ser o do título, mas também por simbolizar perfeitamente uma das grandes valências do jogador. O ex meia infiltrou na área do adversário, recebeu ótimo cruzamento de Robertinho, e cabeceou no canto direito do goleiro, sem chances para ele. Este é um dos grande momentos da história do Flamengo e o camisa 8 da época é o grande protagonista dele.
Adílio era um meia clássico, de técnica apurada. Atuava centralizado ou caindo pela direita do campo. Na infância, jogava futebol com os colegas da Cruzada São Sebastião, comunidade da Zona Sul do Rio de Janeiro. Um dos amigos de infância, Julinho, que mais tarde viraria Júlio César Uri Geller, o acompanhou por quase toda a trajetória na base do rubro-negro. Entre o início da trajetória no Flamengo, jogava peladas na praia.