Reforço do Flamengo, Filipe Luís tem paixão por astrofísica, cubo mágico e cinema

É muito difícil ver Filipe Luís nos noticiários por qualquer outro assunto que não seja a sua profissão. Contratado como novo reforço do Flamengo, o lateral-esquerdo carrega um estilo discreto e só atrai alarde quando tem a bola aos seus pés. Aos 33 anos, retorna ao Brasil para realizar o sonho de infância de um torcedor rubro-negro , mas também carrega paixão por outras questões peculiares como cubos mágicos ou aulas de astrofísica.

VEJA MAIS : Paquetá, Gabigol, Rafinha, Neymar... Filipe Luis é parabenizado por acerto com Flamengo

A história de Filipe Luís dentro dos gramados é conhecida, mas fora dela nem tanto. O jogador tem um estilo bastante incomum para os tempos atuais por ser tão pacato, discreto e com hobbies pouco convencionais. A ciência é um deles, e o lateral-esquerdo carrega uma paixão pela astrofísica desde a época de garoto, quando sonhava ser um médico-cientista.

LEIA TAMBÉM: Sósia de Gabigol já quase foi detido por se parecer com atacante do Flamengo

— Sou fascinado pela ciência. É minha grande paixão junto com o futebol e o cinema. Sou apaixonado pela astrofísica, como nem os melhores cérebros são capazes de responder a todas as perguntas e, a cada uma que respondem, aparecem outras dez. Preciso entender, embora saiba que nunca entendemos tudo — declarou para o jornal 'El Mundo'.

Tênis era o esporte na infância

Na infância, Filipe Luis tinha o tênis como esporte favorito, mas foi o seu pai, Moisés — ex-goleiro que não chegou a virar profissional —, que o incentivou a trocar as quadras de saibro pelos gramados de futebol. Para evoluir a mente, jogava partidas de xadrez e se desafiava contra o relógio disputando dezenas de partidas no mesmo dia.

Para aprender a falar inglês, usou do seu vício em cinema para decorar todas as falas do filme 'Um Sonho de Liberdade', o seu favorito. Cinéfilo assumido, construiu uma sala para assistir aos seus filmes na própria casa. Por fim, atingiu um feito que poucos ao redor do mundo conseguiram: resolveu um cubo mágico.

— Só sei resolver o cubo mágico porque alguém mais inteligente do que eu resolveu antes e me ensinou os truques — brincou.

Filipe Luís nasceu em Jaraguá do Sul, cidade localizada no interior de Santa Catarina, vindo de uma família marcada pela imigração. Kasmirski, seu sobrenome, tem origem polaca e marca a sua família multicultural: suas avós são italianas, seus avôs são polonês e alemão, sua bisavó é austríaca, seus filhos e esposa são espanhóis.

O primeiro contato com a bola aconteceu no futsal da cidade — que é referência na mobilidade no país. Chamou atenção do Figueirense e, aos 14 anos, foi convidado para um teste e aprovado. Talentoso e inteligente, o lateral não demorou para se firmar e subir de categoria até chegar aos profissionais quando completou a maioridade. Campeão catarinense em 2003 e 2004, acabou negociado com o Ajax da Holanda.

Na Europa, passou também pelo Real Madrid B, Deportivo La Coruña e até pelo Chelsea, mas foi no Atlético de Madrid onde a carreira do lateral-esquerdo explodiu. Sua ascensão marca uma curiosidade: Guilherme Siqueira, atualmente seu agente, era o titular do clube espanhol até a sua chegada. Em terras madrilenhas, soma duas Ligas Europa, um Campeonato Espanhol, uma Copa do Rei, duas Supercopas da Uefa e duas finais de Liga dos Campeões. Sem dúvida, é o seu trabalho de maior sucesso.

Com Filipe Luís, a terceira força da Espanha chegou a ser a primeira em alguns momentos, e o lateral-esquerdo ficou conhecido por ser o "antídoto" de grandes estrelas do futebol mundial. Com técnico Diego Simeone, foi um dos líderes de um sistema defensivo responsável por marcar nomes como Lionel Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar — superado algumas vezes, mas tendo sucesso em muitas outras.

Pela seleção brasileira, Filipe Luís poderia ter disputado três Copas do Mundo, mas as lesões atrapalharam o objetivo. Em 2010, estava cotado para ser o titular da lateral esquerda, mas uma fratura no tornozelo direito o impediu de disputar o Mundial da África do Sul. Em 2014, mesmo em alta, viu Felipão preferir dar oportunidade a Maxwell. Na Rússia, no ano passado, quase foi desfalque por uma fratura na perna esquerda, mas ganhou o voto de confiança do técnico Tite.

Fonte: Extra
publicidade
publicidade