Referências da geração de 2019, Arrascaeta e Bruno Henrique seguem decidindo, mas elenco do Flamengo deixa a desejar

Isso nunca faltou para a dupla que está ininterruptamente há mais de meia década no Flamengo — Gerson passou duas temporadas na Europa. Em 291 jogos, Bruno tem 101 gols e 53 assistências, sendo destaque costumeiro em confrontos grandes e clássicos, como na Supercopa do Brasil deste ano, quando marcou duas vezes na vitória por 3 a 1 sobre o Botafogo. Já Arrascaeta, que deixou sua marca no jogo de ida da final da Copa do Brasil de 2024, contra o Atlético-MG, chegou a 76 gols e 91 assistências em 302 partidas.

Ambos tiveram seus problemas físicos, como a lesão multiligamentar no joelho direito de Bruno, em 2022, que o fez ser desfalque por quase um ano, ou os constantes contratempos musculares com Arrascaeta, que ainda passou por artroscopia também no joelho direito no ano passado. Só que não perdem a capacidade de voltar ao alto nível e resolver, ainda que já passem dos 30 anos.

Quando marcam juntos, o camisa 10 e o 27 estão com 100% de aproveitamento no Flamengo: o jogo de domingo foi a 12ª vitória em 12 jogos em que isso aconteceu.

Jogos em que Arrascaeta e Bruno Henrique marcaram juntos no Flamengo:

O roteiro do jogo no Barradão, porém, expôs mais uma vez um problema que vem deixando a desejar no elenco: a falta de poder de decisão de quem chegou depois. Everton Cebolinha foi um dos jogadores que perdeu uma chance muito clara para deixar o jogo mais tranquilo. Recém-chegado, Juninho desperdiçou outras duas, apesar de ter sido o autor do gol da vitória sobre o Deportivo Táchira (Venezuela), pela Libertadores.

Em seu grupo, o Flamengo empilha jogadores na frente, como Luiz Araújo, Plata e Michael, mas o artilheiro da temporada é Bruno Henrique, com seis gols. A grande esperança de solução nem está no elenco ativo. Trata-se de Pedro, ainda se preparando para retornar após romper o ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo e se tornar ausência há sete meses.

Ter um grupo que não parece entrosado na frente do goleiro pode ser um risco já que os ídolos tendem a entregar menos fisicamente diante da alta exigência de jogos, ainda mais que não têm substitutos à altura. O Flamengo corre atrás para mapear um camisa 10 reserva no mercado, após ignorar esta necessidade por anos.