O atacante Pedro, do Flamengo, está apresentando uma recuperação bastante positiva após a cirurgia realizada para reconstruir o ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo. A avaliação otimista foi feita pelo Dr. Luiz Antônio Vieira, responsável por conduzir o procedimento e também por operar o joelho direito do jogador em 2018. Segundo o especialista, o fato de o menisco não ter sido afetado na lesão atual deve acelerar ainda mais a reabilitação do atleta.
Em entrevista exclusiva, Vieira detalhou a cirurgia, que durou cerca de 1h30 e incluiu a instalação de um "cinto de segurança" no joelho de Pedro para garantir maior estabilidade. O médico ressaltou que, tanto fisicamente quanto psicologicamente, o atacante tem condições favoráveis para uma recuperação mais rápida e eficiente do que a de seis anos atrás.
A confiança é tanta que o departamento médico do Flamengo acredita que Pedro estará em plena forma para participar do Mundial de Clubes, em junho de 2025. A evolução contínua do artilheiro é motivo de alívio para a torcida rubro-negra, que vê na recuperação do camisa 9 um ponto-chave para as ambições futuras do time.
Com um histórico de superação, Pedro já demonstrou resiliência após a primeira cirurgia em 2018 e, agora, caminha para repetir o sucesso em sua reabilitação, mantendo a expectativa de retorno aos gramados para os momentos decisivos da próxima temporada.
Veja abaixo a entrevista:
Diferença das lesões 2018 x 2024
- Na primeira em 2018 ele teve lesão do menisco, e uns dois anos depois teve um novo acidente e fez uma nova lesão desse mesmo menisco. Não na área que a gente tinha costurado, numa área mais para frente, mais anterior. Então nós tiramos um pedacinho do menisco dele, mas ainda sobrou bastante na época. Depois nunca mais teve problema. Agora não teve lesão do menisco, o que para ele é muito melhor. Teve só a lesão do cruzado, quer dizer, "só" é a forma de falar.
- E a cartilagem estava boa, um joelho sadio, são, normal. Só teve a lesão do ligamento. A gente reconstruiu o ligamento com o mesmo tendão, usando o tendão patelar. E ele tem, por acaso, um tendão patelar bastante largo. Nós temos mais ou menos 35 a 40 milímetros de largura do tendão. O Pedro deve ter em torno de 50 milímetros, é um tendão largo. Então, de certa forma, ajuda ele no pós-operatório para não ter muita dor na área que doou do tendão patelar.
"Cinto de segurança" no joelho
- Eu fiz um reforço também de um ligamento anterolateral. É como se fosse um espessamento da cápsula que fica por fora do joelho e que protege a rotação interna da tíbia em excesso. Então, de certa forma, seria como se fosse um cinto de segurança para proteger o ligamento do joelho anterior. Também fiz isso seis anos atrás. A gente usa um material sintético, uma fita sintética, e faz como se fosse um triângulozinho pelo lado de fora da tíbia com o ferro. Em pessoas que fazem "re-lesão" de ligamento, recomenda-se fazer isso como proteção para o enxerto.
Elogios à recuperação
- Ele não teve muita dor, é super aplicado, ficou de repouso... Yudo que a gente orientou ele fez. No dia seguinte (da cirurgia) já estava bem, com pouca dor, e o liberamos para casa. Chegando lá ele já mandou mensagem para mim, começou a fazer o processo de gelo, eu o orientei para fazer contração... Dois dias atrás ele mandou uma foto do joelho, está seco, não está nem um pouquinho inchado. Ele está fazendo direitinho, é bem focado na reabilitação dele.
Recuperação melhor que 2018
- Quando você costura o menisco, tem que segurar um pouco mais a mobilidade de joelho. Você costurar ele e mexer logo, vai atrapalhar o processo de cicatrização, então atrapalha o pós-operatório. Dessa vez ele não tem muita restrição de movimento, é mais pelo desconforto. Mas a gente sempre orienta para contrair a musculatura, apertar o joelho na cama, para esticar bem. Todo mundo que opera o joelho quer botar uma almofada embaixo porque é mais confortável ficar com o joelho um pouco dobrado, mas o joelho precisa esticar bem para voltar ao normal. E ele está esticando muito bem, ele está ótimo.
Próximos passos
- Nessa primeira semana, nós estamos mais preocupados em controlar a dor. Porque se a dor vier, a pessoa não mexe o joelho, atrofia muito a musculatura. Então a gente começa a fazer esses exercícios mais caseiros, de botar bastante gelo. Você botando mais gelo diminui a necessidade de remédio para a dor. Ele não precisou tomar nenhum remédio que chamamos de SOS, que fica de stand-by se os analgésicos, não forem suficientes. Ele não precisou. Então, quer dizer, ele não teve muita dor. Isso ajuda no pós-operatório para conseguir comprimir, levantar a perna esticada, dobrar o joelho...