Real Madrid, Barcelona e Bayern: Flamengo se inspirou em potências europeias antes de ser capaz de vencê-las

Com níveis de investimento ainda distantes — o Flamengo arrecadou mais de R$ 1 bilhão nos últimos anos, enquanto o Bayern de Munique teve receita de 1 bilhão de euros —, os clubes têm em comum o fato de acumularem números positivos em suas finanças, mas o modelo de inspiração que o rubro-negro buscou para crescer vai além — e tem outros europeus como referência.

O Bayern apareceu na discussão sobre a implementação de uma SAF no Fla no ano passado, com direito a viagem e imersão para se entender como funciona o modelo contrário da maioria que há no Brasil, com controle da associação desportiva, e não de investidores, que só ficam com 25%. Também houve avaliação da estrutura do estádio do Bayern para o projeto do Gasômetro, hoje estacionado.

Nos últimos anos, as principais referências esportivas foram Real Madrid e Barcelona. Na base, times que participam da Adidas Cup, nos Estados Unidos, e com o Independiente del Valle, do Equador. Antes disso, ainda durante o período de reestruturação financeira, o futebol rubro-negro recorreu a consultorias de empresas internacionais — Double Pass, da Bélgica, e Exos, dos Estados Unidos. Nesse momento, houve diálogos com o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, com muitos negócios no Brasil.

Momentos críticos

Em seguida, com mais recursos, Arsenal, Liverpool e Real Madrid foram os que o Flamengo tentou imitar nos temas ligados a análise de mercado, análise de desempenho e conhecimentos técnicos de futebol. O Bayern surgiu como referência de governança, para execução de orçamento, disciplina financeira, sem deixar de tentar ser hegemônico e rentável ao mesmo tempo.

O Flamengo teve dois momentos em que sofreu mais na relação entre investimentos e desempenho. Primeiro na pandemia, com queda de receitas; depois, no ano passado, com uma série de lesões atribuídas pelo clube às datas Fifa. Mas assim como o Bayern de Munique, o rubro-negro buscou estar atrás dos melhores jogadores para conquistar títulos e manter o ciclo virtuoso, que levou a muitas taças nos últimos anos: duas Libertadores, duas Copas do Brasil, dois Brasileiros, três Supercopas e cinco Cariocas. Falta o Mundial.

Para o técnico Filipe Luís, porém, não há necessidade de comparações, nem de se provar. Já que a realidade entre o Flamengo e os clubes europeus ainda é distante.

- Ainda acho que os times da elite europeia tem os melhores jogadores. Por que o Vini Jr não está aqui e sim no Real Madrid? Para ganhar melhor salário, ter mais visibilidade, disputar melhores torneios. Podemos vencer, as comparações existem, mas acho desnecessário. Não precisamos ganhar um jogo para dizer que somos melhores. Que o nosso futebol vem melhorando, sim, mas estamos muito longe para se comparar com o futebol europeu - argumentou o comandante rubro-negro.

Sonhar não custa nada.

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Fonte: O Globo
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