Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou o atleta por homicídio culposo, quando não há intenção de matar
O lateral-esquerdo Ramon , do Flamengo , foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, por conta do atropelamento de Jonatas Davi dos Santos , que estava em uma bicicleta e era entregador. O caso aconteceu no dia 4 de dezembro, na Barra da Tijuca.
O órgão se baseou no artigo 302 do Código Penal, que fala em ‘prática de homicídio culposo quando dirige um veículo automotor’. A denúncia ocorreu após indiciamento da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que tratou o ocorrido como homicídio culposo.
Ainda de acordo com a acusação, o atropelamento aconteceu por imprudência de Ramon, que, segundo os laudos, dirigia em uma velocidade entre 20% e 50% acima do limite da via, que é de 70 Km/h, e também pela imprudência da vítima, que cruzou as faixas da avenida.
De acordo com informações do portal UOL , a defesa de Ramon contesta a acusação e aponta ‘inconsistências’ no caso, uma vez que não está de acordo com relação à velocidade do carro do atleta no momento do acidente.
Marcos Kac, promotor do caso, apontou que o carro de Ramon estaria a uma velocidade de 102 Km/h no momento da colisão. No entanto, a defesa alega que a polícia teria atestado uma velocidade menor do que a que consta nos documentos.
Ramon prestou socorro a Jonatas, que não resistiu mesmo após intervenção de bombeiros presentes no local.
Veja abaixo a nota completa da defesa de Ramon:
A UJ Football Talent, juntamente com o advogado Dr. Xisto Mattos, vem a público se pronunciar sobre a situação do atleta Ramon, lateral do Flamengo. Ramon foi denunciado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro após um inquérito policial que analisou fatos ocorridos no dia 4 de dezembro de 2021, quando sofreu um acidente de carro na Avenida das Américas, na Barra da Tijuca, junto ao ciclista Jonatas Davi dos Santos, que não sobreviveu após uma colisão com o carro do jogador.
Ainda consternado pelo episódio, mesmo três meses depois, Ramon, lamenta profundamente a perda de Santos, acompanhado da UJ e de seus representantes legais, manifestando seu profundo respeito aos familiares e amigos do ciclista.
Ao mesmo tempo, informa que estuda, junto ao advogado Xisto Mattos, uma resposta às injustas acusações do MP fluminense. A denúncia do órgão entra em conflito com o inquérito policial ao afirmar que Ramon não guardou a segurança necessária na via e comete um erro ao afirmar que ele estava conduzindo o veículo a 102 km/h no momento do ocorrido.
A própria autoridade policial constatou, na realidade, número diferente do registrado pelo MP. Além disso, Ramon destaca que prestou o socorro adequado a Santos e esteve ao lado da família do cicilista em todos os momentos necessários. Também colaborou e segue em contato com as autoridades para melhor resolução do caso.
Natural de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, Ramon é conhecido no futebol pela conduta ética e correta, afeita aos bons costumes e às boas práticas, frutos de sua criação familiar com valores mantidos ao longo da carreira, inclusive em momentos de dificuldade como esse. Outras questões de mérito serão tratadas no processo pela defesa”.