O currículo do ex-jogador Rafael Sobis, de 38 anos de idade, tem uma série de conquistas. Entre as mais importantes, estão duas Libertadores pelo Internacional , duas Copas do Brasil pelo Cruzeiro e um Campeonato Brasileiro pelo Fluminense . Pai de dois meninos, ele viu ambos sonharem com uma carreira no futebol, mas agradeceu muito quando viu Rafael e Nicholas optarem pelo basquete.
- Está sendo maravilhoso, porque meu maior medo era os meus filhos quererem seguir minha profissão. Do fundo do coração, eu ia torcer, mas não gostaria que eles fossem jogadores (de futebol) - disse.
Sobis mora em Porto Alegre e mantém negócios em Erechim, sua cidade natal. Nas duas cidades, ele mantém uma variedade de empreendimentos, que vão da construção de um prédio, do qual participou até da elaboração do design, até restaurantes e um estúdio.
O tempo é escasso, mas ele procura estar perto dos filhos para acompanhar o desempenho deles no basquete. Ambos moravam no Rio até o fim do ano passado. Rafael, de 15 anos, se mudou para Porto Alegre, onde defenderá a Dunk, um projeto local que disputa o campeonato estadual. Por obra do destino, Nicholas, de 14 anos, continua no Rio e vai defender pelo segundo ano o Flamengo , rival de seu pai por anos, principalmente nos tempos de Fluminense.
- Nunca pensei nisso. Uma coisa que me deixa de guarda baixa e tranquilo é que não jogo mais futebol. Claro que é meu filho e vou torcer, independentemente do lugar em que ele estiver. É mais forte do que um orgulho de paixão por ter jogado nesse clube ou no outro. É a vida dele, não é a minha, outro esporte. Independentemente da camisa que estiver vestindo, o paizão vai estar lá - disse Sobis.
Filho mais velho, Rafael passou por uma cirurgia no joelho no ano passado para controlar o crescimento. Ele tem 1,87m de altura e atua como armador. Nicholas está com 1,75m e joga na função de ala-armador. A personalidade deles é bem diferente e demonstram isso na forma de lidar com o esporte. Ainda assim, fazem planos para o futuro e planejam usar o basquete para estudar em alguma universidade dos Estados Unidos.
- A gente jogava futebol em um time que era o Artsul, no Rio de Janeiro. Nossos amigos todos jogavam lá também, mas não teve dinheiro para seguir a base. A gente parou o futebol e começou a jogar basquete nos intervalos na escola e seguimos assim até hoje. Eu e meu irmão sempre tivemos muita facilidade no esporte, começamos a jogar bem, a gente foi fazer a peneira do Flamengo, do Fluminense, um deu certo na peneira do Flamengo - disse Rafael, que gosta do estilo de LaMelo Ball, do Charlotte Hornets.
Nicholas tem mais contato direto com o NBB por defender o Flamengo. Nos treinamentos na Gávea, costuma encontrar com jogadores do elenco principal, como Didi, um dos seus espelhos no esporte. A expectativa da dupla é construir uma carreira sólida no esporte e quem sabe chegar no topo, atuando inclusive na NBA.
- Fico muito por dentro, assisto aos jogos, torço mesmo (para o Flamengo no basquete). NBA também acompanho, mas vejo mais NBB por estar ali perto da galera. Às vezes, eles ajudam com dicas, mas fico com vergonha e não falo muito. O Gustavinho direto vê o jogo da base - contou Nicholas, que nas férias em Porto Alegre também treinou na mesma academia pela qual Rafael vai disputar o estadual do Rio Grande do Sul.
Ambos já tiveram a oportunidade de acompanhar jogos da NBA nos Estados Unidos. Sobis também é fã e torce para o Brooklyn Nets, tentando acompanhar o time sempre que possível pela internet. O ex-jogador vê no esporte um fator importante de crescimento para os filhos, entendo que seu exemplo também pode ajudá-los.
- Sempre tocaram muito nessa tecla, de viver o esporte, de ser alguém em algum esporte. Acho que independentemente de virar profissional, virar um grande jogador ou não, é legal entender isso porque é saúde, bom movimentar o corpo. No mundo de hoje com muita internet, fast food, muita gente comendo besteira, não cuidando da saúde, sou agradecido por eles serem bons de alimentação, se cuidarem e viverem o esporte - comentou Sobis.
Rafael e Nicholas entendem bem a história que o pai construiu no futebol e procuram seguir seus passos em outro esporte, mas com seu total apoio. Eles viveram de perto as conquistas de Sobis durante a infância e conheceram de perto os bons e maus momentos de um atleta profissional.
- Acho que tem coisa que a gente acaba se inspirando, a gente vê o reconhecimento do meu pai com os fãs, acho muito legal, eu quero ter esse mesmo reconhecimento e uma carreira igual a que ele teve - comentou Rafael.
- Acho muito maneiro o reconhecimento, levar como sua vida, seu trabalho, viver viajando para jogar. Claro que tem a galera que critica, fala mal, mas esse estilo de vida é legal - disse Nicholas.