Quem é José Boto, diretor esportivo que estaria a caminho do Flamengo após a eleição de Bap

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A eleição de Luiz Eduardo Baptista, o Bap, deve mexer com o comando do futebol no Flamengo. O novo presidente rubro-negro, eleito na segunda-feira, terá que tomar decisões como a continuidade do técnico Filipe Luís e a construção de seu departamento de futebol. Um dos reforços deve vir de Portugal: o diretor esportivo José Boto está perto de assumir um papel importante no setor .

O profissional de 58 anos, que tem passagens por Benfica-POR, Shakhtar Donetsk-UCR e PAOK-GRE, trabalha atualmente no NK Osijek, da Croácia.

No clube português, atuou ao lado do técnico Jorge Jesus, que viria a se tornar ídolo rubro-negro. Foi no Estádio da Luz que Boto ascendeu na carreira. Ex-treinador de clubes distritais, foi olheiro e se tornou coordenador de scouting dos encarnados em 2010, posição que ocupou até 2018. Em sua passagem, o Benfica descobriu nomes como os volantes Axel Witsel e Matic, o zagueiro Lindelof, o goleiro Oblak e o atacante Luka Jovic.

No Shakhtar, pelo qual seguiu como diretor de scouting, integrou gestão vitoriosa. De 2018 a 2021, passou por um período em que o clube voltou se voltou mais ao mercado interno e à base. A equipe venceu o Campeonato Ucraniano em duas oportunidades enquanto esteve lá.

Boto ainda passou dois anos e meio no PAOK, seu primeiro trabalho no cargo de diretor esportivo e pelo qual foi campeão nacional. Em janeiro deste ano, assumiu o Osijek, um projeto alternativo que busca diminuir a distância do clube (hoje, quinto colocado na liga do país) para grandes potências locais, como o Dínamo de Zagreb.

Em 2020, quando estava no Shakhtar, Boto explicou sobre sua filosofia de trabalho ao jornal espanhol Marca:

— No Shakhtar, estou como um peixe na água, porque gosto de futebol ofensivo e criativo, o que encontrei aqui na Ucrânia. A parte física também é importante, mas gostamos muito mais da parte cognitiva e da qualidade técnica. Buscamos um entendimento notável do jogo para expressar essa qualidade. No Benfica, dependíamos muito das ideias dos treinadores e muitas vezes tínhamos que mudar um pouco o que buscávamos, porque não havia um modelo de jogo de jogo definido. Mas havia algo que era fixo. O Benfica era um clube vendedor e deveria captar jogadores com possibilidade de transferência futura. Ser atrativo para os grandes mercados e não tanto obedecer a um estilo de jogo, como fazemos agora no Shakhtar.

Ele também falou sobre a cultura de contratação de jogadores por recomendações de empresários:

— Os clubes têm que pensar que o departamento de scouting não é para gastar dinheiro, é para poupar. Muitas vezes o jogador que você traz é tão importante quanto o que você impede o clube de trazer. Investir em olheiros é dinheiro que no final se economiza. Também somos um contraponto às ideias dos treinadores que querem trazer "seus" jogadores e protegemos o clube da influência dos empresários. Temos que evitar contratar por contratar.

Fonte: O Globo