Queda nos números após o título do Campeonato Carioca demonstra mau momento do Flamengo

Após um estadual avassalador, o Flamengo vive o primeiro momento de crise na temporada. Após a derrota por 1 a 0 para o Palestino, na última terça-feira, a equipe de Tite chegou a terceira — de quatro partidas — sem vitória na Libertadores e se complicou no Grupo E da competição. A queda brusca de rendimento, em um curto espeço de tempo, pode ser visto na comparação dos números pré e pós-título do Campeonato Carioca.

Antes de levantar o troféu do estadual, o rubro-negro carioca estava invicto na temporada. No período, foram 16 partidas disputadas e um aproveitamento de mais de 79%. Além dos resultados positivos, a solidez da equipe chamava atenção: o Flamengo sofreu apenas dois gols, sendo um deles com o time mesclado de jovens e jogadores sem espaço.

Apesar de não ter números ofensivos avassaladores, os 30 gols marcados no período foram mais que suficientes para a equipe de Tite conquistar o Campeonato Carioca com o "pé nas costas" e conquistar quatro dos seis primeiros pontos disputados na fase de grupos da Libertadores. Como o Flamengo quase não oferecia chances aos adversários, os placares não tão elásticos não eram mal vistos pela torcida.

Após o título Carioca, tudo mudou no Flamengo. As vitórias que estavam vindo com certa facilidade diminuíram e estavam sendo conquistadas aos "trancos e barrancos", a defesa que era uma verdadeira fortaleza à frente do goleiro Rossi, passou a ser constantemente vazada, e a confiança do torcedor com Tite foi se acabando com os péssimos desempenhos apresentados.

Veja a comparação dos números do Flamengo no pré e pós-título estadual

Flamengo antes e depois do título do Campeonato Carioca

Antes do título Depois do título
JOGOS 16 9
V-E-D 11-5-0 4-2-3
APROVEITAMENTO 79,2% 51,9%
GOLS FEITOS/JOGO 1,88 1,0
GOLS SOFRIDOS/JOGO 0,13 0,89

Dentre as diversas explicações que os torcedores tentam encontrar para o atual momento do Flamengo, a que tem sido mais falada é do nível de enfrentamento. Como não teve muitos adversários complicados pela frente, antes do título Carioca, o bom desempenho estaria entrelaçado à este fator. A visão dos rubro-negros é de que o patamar subiu e expôs o real nível de atuação do time.

No Campeonato Carioca, o rubro-negro enfrentou o Fluminense três vezes e Vasco e Botafogo uma vez cada. Contra o tricolor, o Flamengo fez as melhores partidas da temporada e derrotou o rival em duas oportunidades — por 2 a 0 em ambas. No empate sem gols com o cruz-maltino, a equipe de Tite foi inferior e escapou da derrota por Léo Pereira, que salvou duas bolas em cima da linha. O próprio zagueiro foi o responsável pelo gol que deu a vitória sobre o glorioso, no último lance da partida.

As atuações contra Vasco e Botafogo foram as piores do período pré-título carioca. No entanto, a falta de produtividade do Flamengo passou muito pela escalação de De la Cruz na ponta direita. Quando Tite recuou o uruguaio para ser um segundo homem de meio-campo, a equipe passou a ter um ótimo funcionamento.

TITE PRESSIONADO

O desempenho preocupante do Flamengo nas últimas partidas, junto à falta de resultados, mudou o ambiente de Tite no Ninho do Urubu. De acordo com o blog do Diogo Dantas, do O Globo, o treinador ainda não corre risco de ser demitido , mas a cúpula do futebol do clube está o pressionando para que ajuste a rota da equipe.

Apesar dos resultados anteriores à derrota para o Palestino não serem bons, as cobranças da diretoria rubro-negra para uma mudança só ocorreram de maneira mais intensa após o último revés.

A cúpula do futebol do Flamengo, junto ao presidente do clube — Rodolfo Landim — costuma ceder a pressão em momentos de crise no Ninho do Urubu. No entanto, o desejo de manter Tite no comando à longo prazo e a interpretação de que não há um nome desse peso no mercado fazem com que o treinador ainda não balance no cargo.

Caso seja demitido em Maio, o Flamengo estima que teria que pagar R$7 milhões de reais — com encargos — a Tite e sua comissão técnica. O treinador e seu auxiliares custam mais de R$1 milhão por mês.

Fonte: Extra