Quebra-cabeça de Filipe Luís: como técnico pode montar Flamengo ofensivo para final da Copa do Brasil

O técnico do Flamengo Filipe Luís terá pouco menos de duas semanas para solucionar o problema que veio com a expulsão de Bruno Henrique diante do Corinthians, na semifinal da Copa do Brasil, no último domingo. Como escalar um ataque rubro-negro eficiente com as poucas opções que tem nas mãos para a primeira partida da final contra o Atlético-MG, dia 3 de novembro.

Apesar de ter oito atacantes de origem no elenco, o Flamengo, hoje, só tem três à disposição para o primeiro jogo da final. Gabigol , que voltou a ser titular sob o comando de Filipe Luís, mas se encontra bem longe do seu melhor futebol, Michael, recuperado de lesão, e o equatoriano Gonzalo Plata. Além de Bruno Henrique suspenso, Carlinhos não está inscrito na competição e Pedro, Everton Cebolinha e Luiz Araújo estão no departamento médico.

O treinador também terá de mexer no meio-campo, pois o chileno Eric Pulgar recebeu o terceiro cartão amarelo no jogo e está suspenso para a decisão. Além dele, o uruguaio De La Cruz deixou o jogo com dores musculares na coxa direita. Nesta terça-feira, exames realizados pelo jogador apontaram lesão no local, e ele pode ser mais um desfalque para o rubro-negro.

Pela falta de opções e por ter que pensar em outro meio-campo, Filipe Luís tem como primeira escolha o atacante Michael para compor a dupla de ataque com Gabigol. Como flutua pelos dois lados, ele também poderia estar no ataque com três atacantes, numa formação mais ofensiva. Escolha menos provável diante do poderio do time mineiro com Scarpa, Paulinho e Hulk.

Após o jogo de domingo, o técnico explicou que o jogador só permaneceu no banco de reservas pelas circunstâncias da partida, que o fizeram optar por mais segurança defensiva.

— Michael é importantíssimo, é um jogador determinante. Tem gol, um contra um, drible, tem tudo o que um extremo deve ter, joguei com ele, adoro ele. Ele teve uma lesão muito grave e está recuperando a melhor forma. Michael era uma troca certa. Porém, com uma troca que fizemos no primeiro tempo e a segunda depois com a lesão do Nico, me deixou só com uma parada —disse Filipe Luís na entrevista coletiva após o jogo, completando. — Tive que segurar o máximo possível caso alguém não aguentasse ou tivesse uma lesão. Tive que aguentar a última troca até o final. O Michael não entrou por um motivo tático. Mas é um jogador que vai ter minutos praticamente em todos os jogos. Quero ter a melhor versão dele o mais rápido possível.

Outra possibilidade seria utilizar o ponta-direita Plata caindo pela esquerda e sendo uma opção de triangulação com o lateral, seja Alex Sandro ou Ayrton Lucas.

Independentemente da escolha feita por Filipe Luís , o Flamengo tem sentido a ausência de um centroavante de área. No caso, Pedro, que só retorna ano que vem após romper ligamento do joelho esquerdo. Nenhum outro jogador conseguiu cumprir tal função. Gabigol, apesar de ter a total confiança do novo treinador e amigo, não tem feito jus ao nome.

Mas Filipe Luís tem mais dores de cabeça. Sem Pulgar e, provavelmente, De La Cruz, o treinador deve ter que improvisar para manter o meio-campo seguro e experiente. Ele pode trazer Léo Ortiz para a posição de volante, algo constante com Tite, e colocar Fabrício Bruno na zaga ao lado de Léo Pereira.

Na vaga do uruguaio, Allan, que conhece bem o Atlético-MG, pode voltar ao time — Everton Araújo corre por fora. Ainda há opções para deixar o meio-campo mais ofensivo, como Matheus Gonçalves ou Lorran.

Fonte: O Globo