Processo de licitação do Maracanã chega ao fim e Governo concede a adminstração do Maracanã para Fla-Flu

Após oito meses desde a publicação do edital, nesta quarta-feira ocorrerá a abertura das propostas financeiras dos consórcios Fla-Flu e Maracanã Para Todos, composto por Vasco e WTorre.

O evento será realizado na sede do Governo do Estado do Rio de Janeiro. A outorga mínima anual para exploração e operação do equipamento público por 20 anos é de R$ 6,1 milhões, o que equivale a cerca de R$ 500 mil mensais.

Apesar da abertura dos envelopes, o processo inclui um prazo para possíveis impugnações, o que pode atrasar o anúncio do vencedor da concorrência pública. Este é o segundo processo pelo qual o Maracanã passa desde a sua reforma para a Copa de 2014, quando o consórcio liderado pela Odebrecht foi o vencedor. O Consórcio RNGD, conhecido como Arena 360 e responsável pela administração do Mané Garrincha, entrou com recursos, mas foi desclassificado devido à pontuação insuficiente na proposta técnica.

Flamengo e Fluminense já administram o Maracanã desde abril de 2019. Somente no final do ano passado, o Governo do Estado realizou um chamamento público, após pressões do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro e do Vasco, em parceria com a administradora WTorre, antiga parceira e atualmente em desacordo com o Palmeiras na gestão do Allianz Parque, em São Paulo.

A dupla Fla-Flu, já habilitada na primeira fase e com 117 pontos na proposta técnica, tem a oferta máxima prevista de jogos (70 partidas), o que lhe garante a liderança na concorrência pública. No entanto, eventuais inadequações ou irregularidades na proposta financeira podem alterar esse cenário. O Vasco e a WTorre conseguiram aumentar sua pontuação técnica de 81 para 85 pontos, mas mesmo com uma possível oferta financeira superior, ainda não conseguem alcançar a pontuação dos concorrentes. A dupla promete recorrer à justiça para contestar o que considera favorecimento aos rivais na concessão pública.

A pontuação final é calculada com base em uma média ponderada, onde a proposta técnica tem peso de 60% e a proposta financeira de 40%. Isso significa que a pontuação final do Fla e Flu pode variar entre 120 e 116 pontos, enquanto a do Vasco e da WTorre fica entre 101 e 97 pontos.

Entre as diretrizes para intervenções obrigatórias no estádio e no Maracanãzinho estão uma vistoria completa e correção de falhas no teto desses equipamentos. Um estudo realizado em 2021 foi o mais detalhado desde a entrega da obra, há 10 anos. Entre as irregularidades encontradas estão problemas na conservação da cobertura, como a oxidação de pinos e furos na membrana, provocados pelos fogos de artifício das Olimpíadas de 2016.

Outras necessidades de mudanças obrigatórias incluem a realização da primeira pintura do estádio dez anos após a reinauguração para a Copa das Confederações de 2013. O Governo aponta que, após 9 anos, o estádio ainda não passou por nenhuma pintura interna ou externa, sendo o problema mais visível nas rampas monumentais e a arquibancadas superiores.

O futuro concessionário não poderá vetar jogos de outros clubes, mas será permitida a prática de valores distintos para diversas agremiações, desde que seguindo políticas comerciais transparentes e consentâneas com as práticas de mercado.

Outras regras do edital anterior foram mantidas, como a concessão de sete camarotes no setor Oeste, com serviços de buffet, uma cota de 40 vagas de estacionamento e 200 ingressos no setor Oeste inferior, além de 60 ingressos no Maracanãzinho, tudo concedido gratuitamente para o Governo.

O Governo ainda poderá usar o estádio em seis datas por ano, mediante acordo prévio com o concessionário e solicitação com seis meses de antecedência. No Maracanãzinho, a regra é de três meses de antecedência para 12 datas. A proibição de alteração das cores do estádio e a customização dos vestiários pelos atuais concessionários temporários, Flamengo e Fluminense, também foram mantidas.

Fonte: S1Live