Além de obviamente estar representado no número de partidas consecutivas sem que o time tenha sido vazado, o sucesso defensivo do Flamengo neste início de temporada também pode ser interpretado a partir de outras estatísticas do rubro-negro, seja coletivamente ou individualmente. O caso do goleiro Agustín Rossi, por exemplo, mostra como, além de não sofrer gols, a equipe de Tite consegue se defender tão bem que a própria meta defendida pelo argentino é pouco ameaçada.
Dentro dos 965 minutos que não sofreu gol, número que fez Rossi bater o recorde no Flamengo, que pertencia ao ídolo Cantarele, durante o Campeonato Brasileiro de 1974, o argentino tem média impressionante de apenas uma defesa por partida ao longo dos 11 jogos que disputou. A contagem soma o confronto contra o São Paulo, na última rodada do Brasileirão do ano passado, e as 10 partidas feitas pelo goleiro no Campeonato Carioca.
— Eu acho muito importante essa marca que eu cheguei hoje, de superar o Cantarele na história do Flamengo, mas eu sempre vou falar a mesma coisa: isso aqui não é um jogo que só joga o goleiro, é um jogo coletivo, que tem 11 jogadores dentro do campo. A verdade é que eles vêm também fazendo um grande trabalho nesse aspecto defensivo também, tenho que agradecer a eles e a todo mundo aqui também pelas partidas que eles vêm fazendo para a gente sempre está nessa maneira defensivamente bem para vencer — falou Rossi após o clássico no sábado.
Agora eternizado na história do rubro-negro em um recorde extremamente difícil de ser batido, o goleiro argentino tentará ultrapassar outros ídolos do futebol brasileiro e postergar ainda mais sua marca. Entre ex-atletas que estão acima de Rossi com maior tempo sem sofrer gol estão Rogerio Ceni, que ficou 988 minutos sem ser vazado no Brasileirão de 2007, quando o São Paulo conquistou o bicampeonato com apenas 19 gols sofridos em 38 rodadas, Raul Plassmann, também ídolo do Flamengo que, nos tempos de Cruzeiro, em 1969, no Campeonato Mineiro, alcançou o recorde mundial da época, com 1016 minutos sem ser vazado e Émerson Leão e Zetti, no Palmeiras. Leão, no Brasileirão de 1973, ficou 1.057 minutos, e Zetti, em 1987, 1.238 minutos.
Lidera a lista mundial de mais tempo sem sofrer gol o lendário Mazaropi, que ficou, ao longo dos Campeonatos Cariocas de 1977 e 1978, 1.816 minutos sem ser vazado. O recorde foi premiado pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS).