Poucas reações no camarote e noite longe de protagonismo: Gabigol divide opiniões da torcida em Flamengo x Atlético-MG

Afastado da partida de ontem contra o Atlético-MG, pelo Brasileirão, Gabigol assistiu ao jogo de um camarote e passou quase desapercebido no Maracanã, sem gritos de apoio ou vaias. Na terça-feira, quando o Flamengo anunciou o afastamento, o atacante chegou a dizer nas redes sociais que veria o jogo nas arquibancadas do setor Norte, no meio da torcida. Porém, logo pela manhã, uma reunião entre Marcos Braz, vice de futebol rubro-negro e o empresário do jogador, arrefeceu o ânimo entre as partes. Além disso, por questões de segurança, o atacante acabou preferindo assistir ao jogo em um camarote do estádio.

Vestindo uma camisa de modelo retrô do rubro-negro com o número 10 — que lhe foi tirado pela diretoria este ano, em razão de indisciplina —, Gabigol surgiu de surpresa no gramado durante o pré-jogo e depois subiu para o camarote. Por lá, teve reações comedidas.

No pênalti desperdiçado por David Luiz, no primeiro tempo, colocou as mãos na cabeça. Ele deixou o local no meio da segunda etapa.

Uma torcida organizada levou três estandartes com imagens em homenagem ao ídolo, mas as manifestações eram mais em apoio ao clube. Segundo integrantes contaram ao EXTRA, os episódios dos últimos dias motivaram que eles levassem especificamente estas peças, mas que elas não foram preparadas especificamente para a ocasião.

— Acho que a maioria ficou feliz (sobre a chance do atacante ir para a arquibancada), principalmente depois dos gols dele contra o Atlético (Copa do Brasil), que deram uma animada na torcida, para pedir “Fica, Gabigol”. Mas claro que bateu uma tristeza quando anunciou que ia ficar no camarote e não ia vir aqui — disse a professora Letícia. — Teve erros, também teve algumas mentiras. Com tudo que ele passou, não acho que esteja errado em sair. Também não passo pano para as coisas que já aconteceram.

Outros torcedores destacaram que têm total respeito pelo “atleta Gabigol”, maior representante de uma geração, mas que a “pessoa Gabriel” deixou a desejar pelas atitudes extracampo. Ao mesmo tempo, a gestão de Rodolfo Landim e Marcos Braz divide a culpa pela situação, segundo os rubro-negros, que viveram a expectativa de encontrá-lo.

— Seria uma muvuca em cima dele. Uns gritando, outros xingando. A torcida está dividida. Mas queria que ele viesse — disse o autônomo Luan. — A diretoria passou muito a mão na cabeça. Na hora de cobrar, cobrou excessivamente. Para mim, o erro foi dos dois. Se o Gabi amasse o clube, como ele diz, aceitaria um ano, e lá para frente poderia ter um novo contrato — opinou.

— Os dois lados se comportaram muito mal. Não tem como passar pano para várias atitudes do Gabigol vestindo a camisa do Flamengo, mas faltou transparência da diretoria. Em todas as vezes que ele foi imaturo e irresponsável, pelo menos, assumiu a culpa. E a diretoria, pelo contrário, tentou expor só o jogador — afirmou o publicitário Hugo. — É difícil aceitar um ídolo indo embora, não queria, mas entendo também o Flamengo não esticar a corda até onde ele quer.

No fim das contas, Gabigol não foi o centro das atenções da forma que parecia se desenhar. Desde o título da Copa do Brasil, no último domingo, ele assumiu o protagonismo dos bastidores do Flamengo, afirmando que deixará o clube ao final do ano — o destino apontado é o Cruzeiro.

O departamento de futebol foi o responsável por afastá-lo da partida, mas, ainda ontem, combinou com o estafe de Gabigol para conversar sobre seu futuro. Agora, restam apenas cinco partidas para o Flamengo na temporada, já que seu contrato acaba em dezembro, e os dois lados se entenderão para decidir se haverá uma despedida — ou uma surpreendente e improvável renovação.

Fonte: Extra