Posse de Bola #91: Palmeiras e Santos na final, Corinthians e o Brasileirão

Palmeiras eliminou o River Plate e o Santos desbancou o Boca Juniors para fazerem a terceira final entre dois clubes brasileiros na história da Copa Libertadores , em jogo único que será disputado no dia 30, no Maracanã. Enquanto o time palmeirense sofreu para segurar a vantagem contra o River no Allianz Parque, o Santos não tomou conhecimento do Boca na Vila Belmiro, mas será que leva alguma vantagem com isso?

No podcast Posse de Bola #91 , os jornalistas Arnaldo Ribeiro, Eduardo Tironi, Juca Kfouri e Mauro Cezar Pereira analisam as atuações dos dois times, Abel Ferreira, Cuca, como os rivais devem chegar para a decisão continental, e ainda o Campeonato Brasileiro , com o Corinthians aplicando a maior goleada da competição e sonhando com Libertadores, enquanto São Paulo e Flamengo tentam a recuperação após duas derrotas seguidas, além da perseguição de Inter, Atlético-MG, Grêmio e até o Palmeiras à liderança.

Juca afirma que a atuação do Santos despertou mais a atenção e cria uma impressão melhor para o time de Cuca em relação ao de Abel Ferreira, mas ressalta que não há favoritismo no confronto e que o principal adversário do time palmeirense pode ser o próprio fato de ainda depender das próprias forças para ser campeão brasileiro, e o tanto que isso pode pesar no calendário.

"Eu sei que era muito menos previsível o Palmeiras ganhar em Avellaneda de 3 a 0 do que o Santos ganhar do Boca, mas atuação por atuação, a do Santos me agradou muito mais do que a do Palmeiras. Eu insisto e, sem minimizar a façanha do Palmeiras, o Palmeiras ganhou do River por 3 a 0 em um acidente do futebol, em um acidente causado pelo Armani no momento em que o River estava às portas de abrir o placar, e depois pelo Rojas no começo do segundo tempo, dois gols que liquidaram o River e a partir daí, de fato, o Palmeiras foi dono do jogo", afirma Juca.

"O Santos não foi um acidente, porque fez com o Boca Juniors exatamente o que tinha feito com o Grêmio, sendo que tinha jogado muito bem na Bombonera, assim como havia jogado muito bem na Arena Grêmio, quando só não ganhou na Bombonera por erro de arbitragem, o pênalti não dado no Marinho. Chama mais a atenção o desempenho do Santos do que o do Palmeiras, isso não me leva a achar automaticamente que o Santos é favorito na final no Maracanã, acho que não tem favorito. O Santos chegará mais inteiro até pelo calendário que tem no Brasileiro e a questão de o Santos em não lutar pelo título do Brasileiro, diferentemente do Palmeiras, que ainda depende só de si", completa.

Mauro: Cuca merece elogios por fazer o que não se esperava há alguns meses

Quando Cuca treinou o Palmeiras na campanha do Brasileirão conquistado em 2016, Mauro Cezar chamou o tipo de jogo praticado como 'Cucabol', e o jornalista elogia a evolução do trabalho do técnico para o que ele chama de 'Cucabol 2.0', com um futebol de mais recursos praticado pelo Santos para estar na final da Libertadores.

"Cucabol 2.0, nada a ver com o Cucabol 2016, um estilo bem diferente. Sempre lembrando que o Cucabol 2016 não era o lateral na área, era a maneira como o time se comportava. Era aquele time que se defendia de uma forma muito firme, muita ligação direta, muita bola cruzada e aí entravam também os arremessos laterais na área adversária, na época com o Moisés, não era o Marcos Rocha, era o Moisés que fazia aquelas cobranças de lateral a todo instante, embora fosse um jogador até com mais recursos no meio-campo, ele era o cara que batia lateral. Aquilo serviu para ser campeão brasileiro, aquele estilo de jogo, e é bem diferente desse estilo de jogo", diz Mauro.

O jornalista chama a atenção para o fato de a quantidade de problemas causar uma cobrança menor sobre o trabalho de Cuca no Santos, ao mesmo tempo em que cria diversas dificuldades para o treinador lidar no dia a dia no clube, mas que o feito com a chegada à final merece os devidos elogios.

"Ninguém cobra nada do Santos, porque o Santos tem problema de toda ordem, já teve até presidente afastado, eleição no meio do caminho, é dívida, é jogador que vai embora porque não recebe, aconteceu de tudo já no Santos, o próprio Soteldo estava com um pé fora e acabou não indo embora. Então, é muita confusão, muito problema e mesmo assim o Santos consegue avançar", diz Mauro.

"Ao mesmo tempo que é mais difícil trabalhar em meio a tanta confusão, a tantos problemas, você também não é cobrado. O Abel Ferreira é cobrado, o Cuca não. Isso também pesa, mas é um ótimo trabalho do Cuca, fico muito satisfeito de ver um técnico brasileiro realizando um trabalho diferente dos seus trabalhos anteriores, já em 2018 no Santos ele tentou mudar a forma de jogar, já era um Santos que não jogava o Cucabol versão 2016, mas nem virou o Cucabol, porque aquilo amadureceu", completa.

Mauro cita a própria evolução de Gabigol no Santos em 2018 como mérito do treinador e que não se imaginava que o treinador conseguisse levar o time no patamar atual devido a questões como falta de dinheiro e problemas políticos.

"É bom lembrar que o Gabigol mesmo foi o artilheiro do Campeonato Brasileiro pelo Santos e melhorou seu rendimento pelas mãos do Cuca, o Cuca conseguiu fazer com que ele conseguisse render mais naquela ocasião, então é justo que ele seja elogiado evidentemente porque está conseguindo fazer algo inimaginável, digamos, há alguns meses, não por ele e pelos jogadores, mas por tudo o que envolve o Santos e seus inúmeros problemas", conclui.

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Fonte: Uol