Por que não há VAR na primeira fase da Libertadores e da Sul-Americana

O custo estimado extra para que as Copas Libertadores e Sul-Americana utilizem o árbitro de vídeo em todas as suas fases é de R$ 22 milhões. Hoje a Conmebol coloca o VAR apenas a partir das oitavas de final nas duas competições, além da Recopa, e gasta aproximadamente R$ 7,5 milhões. O total portanto chegaria a quase R$ 30 milhões. Em 2021 a confederação faturou US$ 365 milhões (R$ 1,7 bilhão) com seus campeonatos de clubes

A primeira rodada da fase de grupos dos dois torneios terminou nesta semana com alguns erros de arbitragem que facilmente seriam corrigidos pelo vídeo. Internamente, a cúpula da Conmebol vê como essencial que a curto prazo o VAR esteja em todas as etapas da Libertadores e da Sul-Americana, mas além do custo ainda ser considerado alto alguns estádios teriam problemas estruturais para receber a tecnologia.

Há quem defenda incluir em regulamento que o clube seja obrigado a escolher um estádio que dê capacidade para instalação dos equipamentos do vídeo, desde sala adequada até segurança, como é feito por exemplo com a obrigatoriedade de ter um aeroporto internacional até 150 km de distância. O tema desagrada federações menores, já que clubes de cidades pequenas teriam que jogar em arenas de municípios maiores longe de suas torcidas.

Há estádios e cidades em que o custo do VAR é menor, mas em outros é maior por causa de deslocamento dos equipamentos e de profissionais aptos a operar e montar os aparelhos. A partir das oitavas normalmente clubes de melhor estrutura estão presentes, diferente de fases preliminares ou até de grupos em que times menores, muitos estreantes, estão na disputa.

A Conmebol passou a utilizar o VAR na Libertadores em 2018, nas quartas de final. Desde 2019 a tecnologia é usada a partir das oitavas de final, mas o plano era para que em 2021 o árbitro de vídeo já aparecesse na fase de grupos, que reúne 32 times divididos em oito chaves. Isso foi antes da pandemia, que gerou prejuízos para a confederação em 2020 e 2021 — apesar da receita de mais de US$ 360 milhões com as competições de clubes.

Imagem: RODRIGO BUENDIA/AFP

Fonte: Uol