Nesta quinta-feira, a Polícia Civil do Rio de Janeiro desencadeou uma operação significativa visando "criminosos" associados às torcidas organizadas de clubes de futebol, que têm alimentado a violência nas proximidades das partidas. Durante a ação, as autoridades relataram a morte de um suspeito, um desdobramento que ressalta a gravidade da situação.
Os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão em 39 locais distintos, incluindo as sedes das torcidas organizadas dos quatro principais clubes do estado: Flamengo, Fluminense, Botafogo e Vasco da Gama. Essa investigação foi motivada pelas brigas frequentes entre os grupos, que têm se tornado cada vez mais violentas. Como resultado da operação, duas pessoas foram detidas.
"Esses criminosos investigados se utilizam de redes sociais para marcar confrontos, cujos resultados vêm se agravando, com casos recentes de feridos e mortes", afirmou a polícia em um comunicado.
Os grupos envolvidos utilizavam códigos específicos para organizar os embates, como a hashtag #PASNOSESTADIOS, que substitui o Z pelo S, acompanhada de um endereço. O porta-voz da Polícia Civil, Álvaro Gómez, explicou a situação aos jornalistas, enfatizando a gravidade da comunicação entre os membros das torcidas.
A nota oficial da polícia esclareceu que a investigação "mira criminosos que se passam por torcedores para praticar delitos violentos, incluindo roubos e homicídios". Além disso, foi destacado que "não se trata de combate às torcidas organizadas, cuja existência é prevista por lei".
A morte do suspeito durante a operação "Pax Stadium" ocorreu em um confronto armado, conforme esclareceram as autoridades, que não forneceram mais detalhes sobre o incidente. Em vídeos divulgados pela polícia, é possível ver agentes forçando a entrada em várias sedes de torcidas organizadas na cidade. A Polícia Civil também fez uma declaração contundente em suas redes sociais: "Criminoso não é torcedor. Futebol não é violência!".
A situação é alarmante, especialmente considerando que, na semana anterior, ocorreram duas mortes relacionadas a brigas entre torcidas organizadas no Rio de Janeiro. Um torcedor do Vasco da Gama foi assassinado com um tiro na cabeça na quinta-feira passada, antes do clássico contra o Botafogo pela Copa do Brasil. No sábado, outro torcedor foi agredido fatalmente enquanto se dirigia ao jogo entre São Cristóvão e Bonsucesso, pela terceira divisão do Campeonato Carioca, sendo emboscado por um grupo de torcedores organizados nas proximidades do estádio Nilton Santos.
Durante a operação desta quinta-feira, a polícia apreendeu dois fuzis, munições, além de telefones celulares e outros equipamentos eletrônicos, evidenciando a seriedade da ameaça representada por esses grupos. A ação da polícia reflete um esforço contínuo para restaurar a segurança e a integridade do ambiente esportivo no Rio de Janeiro.