Poder de definição do Flamengo fez a diferença no ótimo duelo do Maracanã

Num clássico de ótimo nível, alternância de domínio entre os tempos e muita rivalidade envolvida, definir bem os ataques costuma pesar. A vitória magra do Flamengo sobre o Vasco na tarde deste domingo, no Maracanã, pode ser explicada desta maneira. Para o Cruzmaltino, fica o alento de mostrar um desempenho que certamente o fará se livrar da zona de rebaixamento. Jogou bem!

O rubro-negro sofreu bastante com a parte física no 2º tempo, principalmente quando precisou ter mais firmeza na marcação. Faltou capacidade de pressionar a bola com intensidade. Um dos fatores que Tite e sua comissão técnica terão para ajustar nesta e na próxima temporada. A qualidade do elenco pesou no fim.

Escalações

Tite contou com o retorno de Léo Pereira na zaga e teve Arrascaeta em melhores condições físicas. Escalou os dois na equipe titular. Everton Ribeiro foi para o banco. Já Ramón Diaz não teve Marlon Gomes e Rossi. Abriu Paulinho para jogar como um ''falso ponta'' pela direita. Payet foi o meia-direita. Gabriel Pec o ponta pela esquerda.

Léo Pereira
Flamengo

Léo Pereira

Arrascaeta
Flamengo

Arrascaeta

Ayrton Lucas
Flamengo

Ayrton Lucas

Gerson
Flamengo

Gerson

Thiago Maia
Flamengo

Thiago Maia

Bruno Henrique
Flamengo

Bruno Henrique

Fabrício Bruno
Flamengo

Fabrício Bruno

Erick Pulgar
Flamengo

Erick Pulgar

Pedro
Flamengo

Pedro

Rossi
Flamengo

Rossi

Wesley
Flamengo

Wesley

Medel
Vasco

Medel

Payet
Vasco

Payet

Léo
Vasco

Léo

Léo Jardim
Vasco

Léo Jardim

Paulo Henrique
Vasco

Paulo Henrique

Vegetti
Vasco

Vegetti

Lucas Piton
Vasco

Lucas Piton

Zé Gabriel
Vasco

Zé Gabriel

Gabriel Pec
Vasco

Gabriel Pec

Praxedes
Vasco

Praxedes

Paulinho
Vasco

Paulinho

O jogo

Mesmo sem gols, Flamengo e Vasco fizeram um 1º tempo digno de suas tradições, e ofereceram um bom espetáculo ao Maracanã lotado. Os diferentes estilos das equipes foi algo nítido em 47 minutos. O Cruzmaltino mais vertical, intenso para pressionar o homem da bola, tentando chegar ao gol em poucos passes. O Rubro-negro mais paciente para trabalhar a bola, crescendo aos poucos em campo.

Payet e Paulinho faziam boas trocas de posicionamento no lado direito, e isso atrapalhou um pouco o encaixe inicial de marcação do Flamengo. O Vasco fazia a bola chegar ao setor, e um deles buscava o passe para a referência de Vegetti, ou para as corridas de Gabriel Pec nas costas da última linha de defesa rubro-negra. Praxedes encostava para finalizar num segundo momento.

Vegetti e Pec chegaram a ter chances antes dos 20 minutos, mas esbarraram em um bem posicionado Rossi. O Flamengo era competitivo desde o início. Mostrava compactação entre os setores, tinha mais pressão na bola que o seu nível na temporada, e aos poucos foi encaixando o combate no campo rival, além dos movimentos que lhe geraram espaços para produzir.

Wesley e Gérson mostravam entrosamento e coordenação na ocupação de espaços pela direita. Arrascaeta transitava nas costas de Zé Gabriel, que era atraído para fora de seu setor por Pulgar em alguns momentos. O meia uruguaio chegou muito perto de marcar em duas finalizações da entrada da área, e ainda teve grande chance em cruzamento de Gérson.

Zé Gabriel e Arrascaeta, Flamengo x Vasco, Brasileirão — Foto: André Durão

Pedro e Bruno Henrique não lidavam tão bem quanto Arrascaeta e Gérson com a agressiva marcação vascaína. O Mais Querido também levou perigo nas bolas paradas aéreas com Fabrício Bruno. Léo Jardim fez defesas mais impactantes para manter o placar zerado.

Na 2ª etapa a história do jogo mudou. O Vasco passou a trabalhar mais a bola. Teve Paulinho circulando pelo meio, isso ajudou na manutenção da posse, deu mais qualidade na articulação e aumentou a combatividade do time na faixa central. O Flamengo nitidamente sentiu o ritmo empregado pelo arquirrival e encontrou problemas para marcar e reter a posse.

Lucas Piton e Paulo Henrique apareceram mais vezes na linha de fundo. Praxedes subiu ainda mais de produção. Se Léo Jardim foi decisivo para a manutenção do placar em branco antes do intervalo, o mesmo se pode dizer de Rossi até a metade do 2º tempo. Vegetti esteve muito perto do gol, mas esbarrou em seu compatriota e em algumas imprecisões.

Vegetti lamenta chance perdida pelo Vasco, em clássico contra Flamengo — Foto: André Durão

Justo no momento em que dominava as ações, o Vasco sofreu um duro golpe. Tite, que já havia trocado Pedro por Gabigol, fez uma mexida que seria determinante para o gol rubro-negro. Sacou Bruno Henrique, colocou Luiz Araújo, e trocou Gérson de lado. Na ponta-esquerda, ele construiu com Thiago Maia e Gabigol a jogada que terminou com belo arremate no canto esquerdo de Léo Jardim.

O lance foi muito bem construído. Uma sequência de troca de passes e movimentos que visavam aproveitar os espaços surgidos nas costas dos marcadores vascaínos. Mostrou algo que a equipe rubro-negra encontrou dificuldades de fazer ao longo do ano, mas a realidade é que o Vasco conseguiu se impor e pressionar o rubro-negro na 2ª etapa.

Jair ainda teve uma boa oportunidade antes de um ''pacotão'' de mexidas fazer o Gigante da Colina perder rendimento.

Fonte: Globo Esporte