Peruano, R10 cover, pai coruja e filho de vascaíno: o perfil do Fla-Flu paulista

Fila estava grande na manhã desta quinta para comprar ingressos do Fla-Flu (Foto: Lucas Strabko) Fila estava grande na manhã desta quinta para comprar ingressos do Fla-Flu (Foto: Lucas Strabko)

Rubro-negros, tricolores, paulistas, cariocas, nordestinos, mineiros, cover de Ronaldinho e peruano fã de Guerrero. A manhã desta quinta-feira reuniu diferentes culturas, estilos, torcidas e personagens no Pacaembu. Todos eles estavam em busca de ingressos para o clássico entre Flamengo e Fluminense que será jogado neste domingo, às 16h, no tradicional estádio paulista.

Até o final da manhã, cerca de 500 pessoas tiveram que enfrentar uma longa fila para conseguir entradas. Apesar das adversidades - que vão de apenas quatro guichês abertos a falhas para pagamento no cartão de débito-, o clima estava animado. Entre brincadeiras por parte de flamenguistas e tricolores, fanáticos por clubes paulistas e muito sol, algumas figuras marcaram presença para estar no inusitado clássico carioca que acontecerá em São Paulo.

Confira aqui como conseguir seu ingresso para o clássico.

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ronaldinho do rock

Ronaldinho Cover Fla-Flu (Foto: Lucas Strabko) Gil dos Santos ouviu vários gritos de "Ronaldinho" enquanto esteve na fila para comprar ingressos (Foto: Lucas Strabko)

Dentre as pessoas na longa fila para comprar ingressos, certamente Gil dos Santos era quem mais chamava a atenção. Representante de vendas, o pernambucano, que vive há dez anos em São Paulo, poderia muito bem ganhar a vida sendo cover de Ronaldinho Gaúcho. O cabelo longo, porém, não é uma homenagem ao R10. Gil é fã de rock e deixou o cabelo crescer para entrar no estilo dos apreciadores de baterias e guitarras.

– Todo mundo tira foto e faz brincadeiras por eu parecer com o Ronaldinho. Ele é fantástico, fora de série. O melhor jogador que eu vi jogando. Tem muita habilidade. Sinto muita falta dele no Flamengo – conta o rubro-negro.

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PERUANO QUER VER GUERRERO

Jonathan Chino peruano Guerrero (Foto: Lucas Strabko) Peruano, Jonathan Chino faz o número nove da camisa de Guerrero: o compatriota é seu ídolo (Foto: Lucas Strabko)

Jonathan Chino irá ao Fla-Flu por somente um motivo: assistir a Paolo Guerrero jogar. Peruano, o jovem chegou ao Brasil em 2012, em busca de estudo e emprego. Morador de São Paulo, Jonathan chegou a ir a partidas do Corinthians para ver as atuações do atacante.

– Para nós, o Guerrero é um ídolo. Representa a raça do sobrenome dele. É um jogador guerreiro. Ele representa muito nós pela raça dos incas que ele tem. É bom ver um peruano brilhar no Brasil. É como se fosse da nossa família, porque representa nossa raça – afirma o estudante de desenho publicitário.

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CARIOCAS? QUE NADA! PAULISTAS QUEREM O FLA-FLU

Gabriel Mariotto, Rodrigo Campos, Gustavo Roselli e Ettori Valente fila ingressos (Foto: Lucas Strabko) Paulistas, Gabriel Mariotto, Rodrigo Campos, Gustavo Roselli e Ettori Valente vão ao Fla-Flu (Foto: Lucas Strabko)

Dois santistas, um corintiano e um palmeirense estão ansiosos para ver o Fla-Flu. Apesar de não acompanhar o futebol carioca, o grupo de jovens fanáticos por futebol quer ver um dos maiores clássicos do mundo pertinho de casa.

– Vamos ao jogo porque gostamos muito de futebol. É raríssimo ver um jogos desses em São Paulo. Não terá muito o clima de Maracanã, mas será legal. Nossa torcida será pelo Flamengo, que é a torcida mais da hora – diz o santista Ettori Valente.

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OVELHA NEGRA NÃO LEVARÁ O PAI

Flamenguista, Bruno Rocha é ovelha negra de pai vascaíno (Foto: Lucas Strabko) Flamenguista, Bruno Rocha é ovelha negra de pai vascaíno (Foto: Lucas Strabko)

Bruno Rocha não levará o pai David ao clássico entre Flamengo e Fluminense. Mas isso não trará nenhum problema familiar, afinal o filho é flamenguista e o pai, vascaíno. Ovelha negra da família, o jovem carioca chegou a São Paulo aos três anos e não largou a paixão pelo Rubro-Negro. Nas visitas que faz aos parentes cariocas, sempre tenta ir a um jogo do clube. Neste domingo, o jovem garante que sentirá aquela saudade do Maracanã.

– Meu pai tem um irmão mais velho que é vascaíno, então ele aceitou, já tinha garantido um na família. Eu ia para o Rio quando era mais novo, mas hoje em dia nem vou mais tanto. O clima do jogo não será igual ao do Maracanã, até pela grandiosidade do estádio. O espaço físico é muito diferente. Para quem já foi no Maracanã, o espaço em volta é muito grande. O Pacaembu só tem a Praça Charles Muller na frente - diz.

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"falsos" tricolores

Guilherme Magalhães, Lucas Panarielo e Carlos Leme vestem a camisa do Flu  (Foto: Lucas Strabko) Guilherme Magalhães, Lucas Panarielo e Carlos Leme vestem a camisa do Flu (Foto: Lucas Strabko)

Nas três horas que a reportagem do GloboEsporte.com permaneceu nos arredores do Pacaembu, só viu três torcedores com a camisa do Fluminense na fila para comprar ingressos. E dois deles não são tricolores. Do grupo, somente Carlos Leme é torcedor do Flu. Lucas Panarielo e Guilherme Magalhães são, respectivamente, palmeirense e santista, mas vão acompanhar o amigo no clássico.

– Quando cheguei na fila, começaram a falar: "Só um está com a camisa!". Mas é tudo tranquilo. Rivalidade sadia, Fla-Flu é isso. É o maior clássico do Brasil. Vai ser um clima amistoso, só de provocação normal. Não será aquela atmosfera de Maracanã. Será um clima de paz, bem amistoso entre as torcidas. Se o jogo for bem chegado, será bem histórico – diz o verdadeiro tricolor, que assistiu a dois clássicos no Rio.

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primeiro jogo do pequeno arthur

Pai de Arthur, Fabio levará o filho ao Fla-Flu no Pacaembu (Foto: Lucas Strabko) Pai de Arthur, Fabio levará o filho ao Fla-Flu no Pacaembu (Foto: Lucas Strabko)

Fabio Moraes é mineiro, torcedor do Flamengo e vive em São Paulo há seis anos. No domingo, o médico realizará um sonho: levar o filho Arthur, de nove anos, pela primeira vez ao estádio. Fábio voltará a ver o Fla após sete anos. O último jogo foi contra o Santo André, em 2009.

– Sempre fui doido para levá-lo a um jogo, mas fico receoso. Porque quando tem um clássico grande, entre Flamengo e Corinthians, Flamengo e Palmeiras, fico com medo de levá-lo e ter uma confusão. Quando surgiu essa oportunidade, como é fora do Rio, acredito que não terá problemas. É a primeira vez que ele vai ao estádio, ainda mais em um clássico.

*Colaborou sob a supervisão de Leandro Canônico.

Fonte: Globo Esporte