Um pedido do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, incluiu uma brecha no regulamento do Campeonato Brasileiro de 2020 em relação aos mandos de campo, depois que as vendas foram vetadas pelos clubes . É o que informa o jornal "Correio Braziliense".
Segundo a publicação, o político, preocupado com a utilização do Mané Garrincha, estádio mais caro da Copa do Mundo de 2014, "pegou o avião particular e foi ao Rio de Janeiro reverter a decisão que impedia a mudança". Após conversa com a CBF, teria conseguido.
O regulamento foi publicado pela CBF na manhã de quarta-feira no site oficial da entidade. Nele, de fato, há uma brecha para que clubes possam jogar em outros estádios fora de seu próprio estado:
"O clube que queira deslocar partidas para outras praças deverá, com 30 (trinta) dias de antecedência, demonstrar que, de maneira nenhuma, esta prática representa: (i) prejuízo ao equilíbrio técnico da competição; (ii) prevalência do interesse econômico particular do clube, em detrimento dos aspectos técnicos da competição; (iii) prejuízo da presença dos torcedores do clube mandante no estádio escolhido; (iv) privilégio de qualquer natureza em favor do clube adversário, como inversão ou comercialização do mando de campo; entre outros aspectos a serem avaliados pela DCO", escreveu a entidade.
O trecho vem logo após o artigo 22, que veta a venda de mando:
"O mando de campo das partidas deverá ser exercido no limite da jurisdição da Federação a que pertença o clube mandante, devendo cada clube informar à DCO, antes do início do campeonato, o estádio por este indicado, situado na cidade onde o clube tenha sua sede permanente."
O ESPN.com.br consultou a CBF, que garantiu que "o regulamento está bem de acordo com o que foi aprovado" pelo clubes. Um presidente de equipe da Série A ouvido pela reportagem, porém, afirmou que o veto deveria ser geral.
A prática foi recorrente no Brasileirão nos últimos anos. Em 2019, por exemplo, o campeão Flamengo jogou como visitante contra Avaí, CSA e Vasco no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Para 2020, inclusive, o clube foi um dos que votou conta o veto à venda de mando.
"Claro que fui contra a proibição. Fui a favor de que cada clube possa ter livre-arbítrio e possa fazer o que quiser com o mando de campo dele. Mas não foi a proposta vencedora, mas eu acho que cada clube tem o direito de mandar o seu jogo em qualquer local", disse presidente Rodolfo Landim, após o encontro dos clubes na CBF.