​Dupla tricolor escolhe melhor estratégia e impede final dos sonhos no programa


Por Marcos Eduardo Neves


No começo da segunda fase, muitos acharam que Flamengo e Botafogo fariam, ao longo do programa Fanáticos, três confrontos épicos no total, visto o conhecimento indisfarçável de seus líderes Bruno Lucena e Adriano Lugon, respectivamente. Mas se futebol nem sempre é decidido por talento individual, o maior game show de esporte da TV brasileira é ainda menos.

A força da dupla mais homogênea da competição levou o time rubro-negro à lona, na noite desta quarta-feira. Serginho e César brilharam e a estratégia formulada pelo Flamengo para seguir adiante no campeonato se transformou num autêntico tiro no pé.


Se na quarta-feira Adriano Lugon deixou a desejar diante do Vasco, pior fez Lucena na partida frente ao Paraná. O “Oráculo” rubro-negro tornou a mostrar deficiência em provas de slide e ainda morreu no jogo sem gastar a carta de dobra a que tinha direito. Para piorar, ficou escancarada a falha de estratégia rubro-negra. Confiante na sabedoria de Lucena, Pedro Caruso gastou a esmo recursos importantes em perguntas passíveis de se responder.


O “Rei Mídias” urubu torrou o auxílio do especialista para afirmar que o PSG teve o ataque mais positivo da fase de grupos da atual Champions League – o que, no 3.0, confessou que sabia, mas se viu sem segurança de cravar. É sempre assim: perguntas de conhecimento geral ele decide apelar para a loteria que lhe dá 50% de chances. Certamente, Felipe Rolim ajudaria os #FanáticosMengão em ocasiões mais cruciais.


Melhor fez César, que arriscou um chute certeiro em Rafael Silva como o brasileiro autor do gol do título da última Liga dos Campeões da Ásia. Com isso, sua dupla pôde guardar na manga um recurso que se revelaria fundamental para detonar o adversário na questão derradeira da partida.


Depois de queimar um trunfo praticamente à toa, Caruso foi o único dos quatro concorrentes no estúdio que não sabia quem marcou o gol de honra do Flamengo contra o tricolor paranaense em 1996. Todos dobrariam em Bebeto. Talvez, caso se preocupasse não apenas em chamar hashtags, mas passasse o pente-fino em confrontos diretos – ainda mais Flamengo x Paraná, que não duelaram tantas vezes assim –, quem sabe Caruso teria, enfim, um primeiro momento de brilhantismo? Mas não. Ele opta sempre pelo Twitter em questões relacionadas ao seu próprio time, convicto que a massa lhe fornecerá a cola. Serginho, bom aluno, por sua vez mostrou o que faz nas horas vagas da casa: estuda o óbvio. Arrebentou, ao declarar o nome de Rafael numa pergunta similar: quem fez o gol do clube na derrota de 2 a 1 para o Flamengo em 1997.


À la Caruso, Serginho chamou cedo demais o especialista, na sua primeira participação no programa. Ainda errou, ao falar que o Manchester United somou mais pontos do que o Tottenham na fase de grupos da atual Liga dos Campeões. O Paraná ficou distante do oponente, e só se aproximou no placar quando venceu a prova do ano de estreia de treinadores. Foi um verdadeiro show dos #FanáticosParaná, que só se equivocaram com Caio Junior. Caruso até auxiliou Lucena em alguns nomes, mas induziu o companheiro ao erro ao soprar 2006 para Waldemar Lemos. Na verdade, o irmão de Oswaldo de Oliveira debutou no clube três temporadas antes.


Discreto, Lucena falhou em relação ao time sobre o qual Rivaldo assinalou o seu último gol pela seleção brasileira, ao passo que Lugon ajudou o Paraná ao lembrar do Cruzeiro, clube que levou o último tento oficial de Ronaldo. Como que a esquentar turbinas para a decisão de sábado, o “Almanaque” alvinegro ainda acudiu aquele contra quem duelará por uma vaga na finalíssima. Sugeriu a Lucena apostar em Mariano como o último brasileiro campeão da Europa League. Inclusive, recordou o time que o jogador defendia à ocasião: o Sevilla.


O poder Super Saiyajin da fera César foi usado na hora certa, virando o jogo pela primeira vez a favor do Paraná. Ao cravar Matsubara como o adversário da maior goleada do time na campanha estadual de 1993, jogou um caminhão nas costas de Lucena. Que voltou a decepcionar em relação à campanha do último tricampeonato estadual rubro-negro. Ele, que havia refugado numa questão que dizia respeito a 1999, só conseguiu acertar outra, relacionada a 2001, graças ao Twitter.


O Flamengo deu sorte de ganhar a prova de visualização, mas rezou em vão para o Paraná não saber mais de três jogadores de seu time que já abriram o placar em goleadas do clube. São Judas Tadeu não protegeu desta vez. Cada dupla acertou quatro nomes e o jogo seguiu parelho até as questões finais.


No momento decisivo, o tempo voltou até 2004. Coincidentemente, a mesma temporada que Lucena já errou uma vez, ao dizer que não foi Abel Braga quem começou o ano como técnico. A pergunta, agora, era simples: qual a primeira derrota do Flamengo no Carioca? O estudioso não recordou os 4 a 3 impetrados pelo América e propiciou ao Paraná vencer a partida no rebote. Contudo, os tricolores não imaginavam que, no único fiasco rubro-negro naquela Taça Guanabara, o time da Gávea marcou nada menos do que três gols.


A sorte da partida foi decidida na última pergunta. Ao chamar o Twitter, Serginho e César acertaram que contra o Cruzeiro deu-se o único empate em 2 a 2, das seis igualdades que seu clube teve na Série A de 2006. Merecida vitória.


Freguês do Paraná nos gramados, o Flamengo também o é, a partir de agora, no Fanáticos. Ao menos, pode ter a revanche – e na hora que valerá o título. Nesta sexta-feira, às 20h, com transmissão do ESPORTE INTERATIVO, os #FanáticosParaná decidirão contra os #FanáticosVascão quem avança para o último jogo do campeonato. No dia seguinte, #FanáticosMengão e #FanáticosFogão farão um duelo de titãs no qual apenas o sonho de um sobreviverá.


Apostas na mesa, galera. A sorte – ou será a competência das duplas? – está lançada.