Papatinho é um produtor musical brasileiro que ficou conhecido por ser um dos integrantes do grupo de rap ConeCrewDiretoria e, posteriormente, pelas suas parcerias com os principais artistas brasileiros, como Anitta , Marcelo D2, Ludmilla e Gabriel Pensador, entre outros. Além disso, já produziu músicos internacionais, como Will.i.am, Black Eyed Peas e Snoop Dogg.
O carioca de 34 anos concedeu entrevista exclusiva ao UOL Esporte para falar sobre a sua relação com o Flamengo —muito explícita para quem o acompanha nas redes sociais—, o começo da sua relação com o surfe, o contato com grandes nomes de diversas modalidades esportivas do Brasil e sua nova música "Final de Semana", que contou com a participação de Seu Jorge e Black Alien.
Papatinho é amigo de Gabigol , atacante do Flamengo, de Ítalo Ferreira, campeão mundial de surfe, e de Bob Burnquist, skatista e maior medalhista da história da X-Games. O produtor revelou que o atacante e o surfista sempre falam que têm vontade de entrar no estúdio e gravar uma música. Ainda ressaltou que o camisa 9 gosta muito de trap —vertente do rap—, e que esse poderia ser um dos estilos de seu possível som no futuro.
"O Ítalo veio pro Rio para surfar comigo e nem quis subir no meu apartamento, queria surfar direto. Ele brinca direto que quer ir pro estúdio, o Gabigol também. O Gabigol tem muita vontade de fazer um som, ele comenta comigo que curte muito trap. É uma coisa que qualquer pessoa poderia experimentar. Então eu falei que estou aberto a isso", disse.
A relação de Papato com o Flamengo não para na amizade com Gabigol. O músico fez o show de abertura da final da Copa Libertadores de 2019 ao lado de Gabriel o Pensador e esteve com a delegação flamenguista durante a comemoração do título diante do River Plate.
"Eu sempre acompanhei o Flamengo e gostava muito de ir ao Maracanã, mas teve uma época que a ConeCrewDiretoria estava fazendo muitos shows e tive que me afastar um pouco. Mas, nessa fase boa de 2019, coincidiu com o lance dos jogadores curtirem meu som e rolou uma aproximação com Gabigol, Everton Ribeiro... Acabei indo em muitos jogos naquela campanha do título brasileiro", afirmou.
A vida de Papatinho relacionada ao esporte em fotos
"Por um acaso, fui convidado para tocar na final de da Libertadores de 2019 com o Gabriel o Pensador e foi muito especial. Eu participei de tudo aquilo como artista e torcedor. Quando acabou o jogo e eu pude descer para o gramado, tocar a taça e tirar foto com ela, foi um momento muito único. Depois daquilo, o pessoal do Flamengo me convidou para as comemorações, fui ao hotel com eles, jantei com eles, pouquíssimas pessoas têm essa oportunidade. A cada ano que passa, eu me aproximo mais do Flamengo, porque tem muitos jogadores que gostam da minha música. É muito gratificante", acrescentou.
Além de futebol , Papatinho acompanha muito skate e surfe. Atualmente, tem praticado cada vez mais o esporte que te leva para o mar. O músico relatou que, devido ao trabalho, teve de se afastar dos esportes, mas com a pandemia do coronavírus , retomou a prática do surfe e afirmou que o tempo no mar o ajuda a produzir suas músicas.
"É uma junção de fatores que só quem vive o lifestyle vai saber te dizer. O contato com a natureza, o exercício, o contato com pessoas de diversas classes. O Ítalo Ferreira [campeão mundial de surfe em 2019] veio surfar comigo e isso é muito legal. Ele [o surfe] me colocou de volta com o povo e a rua. A galera nem me via mais aqui, e hoje, graças ao surfe, tenho contato com crianças da comunidade até os mais velhos. O surfe me ajuda a criar música boa, eu vou surfar e me sinto renovado", concluiu.
Confira outros trechos da entrevista:
UOL Esporte: Como foi a experiência de tocar na final da Libertadores?
Papatinho:
Eu nunca imaginei [tocar na final]. Tudo que eu fiz no Flamengo, como torcedor, foi limitado ao maior rótulo que era o Brasileiro, porque minha geração não viu o que ganhamos nos anos 80. Eu era muito pequeno no título de 92. Em 2019, estava no Maracanã acompanhando o título. Não esperava por isso [o show], não fazia parte dos meus planos. Conversei com o [Gabriel] Pensador, ele me contou da final, e a gente fechou de ir junto. Com certeza, coloco como um ápice interessante da minha carreira. [é uma] Mistura de sentimentos muito fortes. Além de tocar pra galera em outro país [a decisão foi em Lima, no Peru], dentro de um momento histórico como esse, fica a mistura de sentimento: "cara***, olha onde a música me levou". Muito gratificante, o poder da música, e onde ela pode levar a gente. Meu pai ficou muito orgulhoso porque, quem diria que o filho dele estaria lá graças à música?.
UOL Esporte: Você participaria de um projeto musical envolvendo o Flamengo?
Papatinho:
Estou aberto a isso. Participaria com o maior prazer, é algo verdadeiro, tudo que é verdadeiro estarei disposto a participar. Estive envolvido nas ações do Flamengo, uma parceria com a parte musical, de produzir uma música com o Flamengo, mas nada concretizado.
UOL Esporte: Você acha que o esporte te ajuda no trabalho?
Papatinho:
Muito. Quando eu era moleque jogava futebol pelo time da sala e esse foi meu primeiro contato com um líder, que era o técnico, e [com] o espírito de equipe, de buscar a vitória. Além do próprio esporte, é uma experiência que te prepara para a vida. É uma disciplina. O esporte traz disciplina e, com certeza, ajuda na parte profissional, porque hoje eu vivo disso tudo. Eu acompanho muita coisa e hoje sou feliz de poder ter um hobby para exercer uma atividade. Na praia, agora todo dia [jogo] o futmesa, que virou um esporte que pratico e sempre quis.