Pais de Juan contam que zagueiro do Fla era fanático pelo clube desde pequeno

A torcida e os jornalistas dizem que Juan joga futebol de terno tamanha é sua elegância no trato com a bola. Cria das divisões da base do Flamengo o zagueiro, que teve seu contrato renovado esta semana, já era rubro-negro desde muito pequeno. O Esporte Espetacular conversou com os pais do zagueiro e conta essa história de paixão que começou muito antes dele pisar na Gávea para as peneiras do clube. (clique no vídeo e veja a reportagem)

Antes das glórias, das Copas do Mundo, da fama e do dinheiro, antes mesmo de se tornar profissional, antes de tudo, no princípio da vida, já havia o Flamengo. O começo foi assim, ele era Flamengo sem nem saber por quê. Por quê? Pela maior razão de todas, descobriu depois. Porque é o time do pai. Seu Roberto explica:

- O Juan começou com eu acordando ele para ver a final do Mundial em 81. Ele tinha dois anos, um ano depois ele foi batizado num dia de Flamengo e América. Quando acabou o batizado, já era de tarde, todo mundo veio para o Maracanã. O Juan torcedor de pequeno ficava na arquibancada, no primeiro lance, ele ficava nervoso. E ele tentava fazer xixi mas era só nervosismo, enquanto o Flamengo não fazia um gol ele ficava nessa agonia. Acho que ele tem um grande sentimento pelo Flamengo, de amor mesmo pelo Flamengo, porque sempre teve Você imagina agora como jogador do clube, deve ser um negócio máximo.

Quando menino Juan morava em um apartamento no Humaitá, bairro da zona sul do Rio. Os pais dele, dona Val e seu Roberto até hoje moram lá. O que mudou aqui foi só o quarto dele. Antes, paredes em branco, hoje um mural de fotos da carreira. Mas para percorrer o longo caminho até o futebol profissional, ele precisou de uma mãozinha. A mão de dona Val, que todo dia o levava para a escolinha do Flamengo.

- Com seis ou sete anos ele dizia que queria ser jogador de futebol e presidente da república (risos). Ele dizia assim: “Eu vou jogar no Flamengo e vou ser igual ao Zico” Ele ficava olhando o Zico treinando aqui no campo e queria sempre tentar falar com o Zico.

Até o dia em que o chamaram para fazer um teste nas categorias de base do clube, como lembra dona Val.

- Botaram ele no teste, tinha muita criança. Aí eu sentei ali e fiquei esperando a vez dele. Ele chegou, entrou, ficou uns 10 minutos jogando, aí tiraram. Eu entendi que não passou, né. Depois ele disse que tinha passado e ficou feliz da vida, ali ele se sentia, vinha de ônibus comigo todo trajado de preto e vermelho.Teve uma vez que estava chovendo muito e ele tinha que estar as seis da manhã na Gávea e aí eu disse que ele não ia. Ele afirmou que precisava ir. Ele já era um atleta. Aí eu falei assim: “Mas está chovendo, você vai chegar lá e vai voltar por que não vai ter nada. Foi então que ele retrucou: "Não, eu tenho que ir". Aí eu perguntei para ele assim: “Juan, é isso que você quer da sua vida? Ele virou para mim e afirmou "É!"

E foi assim até realizar o sonho de virar profissional e estrear no time de coração aos 17 anos em 1996. Permaneceu até 2002 no clube e conquistou pelo Flamengo os estaduais de 1996, 1999, 2000, 2001 e 2017, a Copa dos Campeões de 2001 e a Copa Mercosul (1999) o último título internacional do clube.

Rodou, rodou, e voltou ao mesmo lugar. Aos 38 anos, de novo onde tudo começou. Juan tem agora mais uma final pela frente. No primeiro jogo, vitória do Independiente por 2 a 1, lá na Argentina .E o Flamengo precisa agora de vitória por um gol de diferença para levar a decisão pra prorrogação, ou vitória por dois gols para ser campeão.

- Perdemos, mas perdemos por um placar mínimo, o que nós sofremos aqui eles vão sofrer lá, e temos condições de reverter – disse o zagueiro.

Fonte: Globo Esporte